Dragões de Eter – Resenha no 14 de Março

E dessa vez a resenha vem do 14 de Março, blog com a proposta de exibir textos diversos de autores aleatórios.

O autor, no caso, resolveu fazer uma lista com seus autores preferidos de fantasia. Logo, dividindo o mesmo espaço encontramos Raphael Draccon, Leonel Caldela e André Vianco.

O excelente texto completo pode ser lido clicando aqui.

Abaixo, segue a opinião sobre “Dragões de Éter”. Adorei a dúvida do rapaz referente ao sobrenome “Draccon”. Sabe, poderia até responder a ela aqui nesse momento. [mas...].

Mas aí qual seria a graça, não é verdade?

O semideus que habita em mim, saúda o semideus que habita em vocês.

Namastê.

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Ainda no gênero fantasia medieval, o livro DRAGÕES DE ÉTER, do escritor Raphael Draccon (ainda quero descobrir se esse sobrenome é real ou não) me chamou a atenção por vários fatores. Confesso que comprei o livro na livraria sem nunca ter ouvido ou lido nada à respeito. Dei uma olhada na contra-capa, li o prefácio, gostei tanto que comprei, achando que ia encontrar uma história completamente diferente da que o livro me mostrou. E nem por isso eu me arrependi. Muito pelo contrário, o livro é fantástico.

A história de se desdobra no mundo fantástico de Nova Éther, onde histórias antigas como Chapeuzinho Vermelho, João e Maria, Branca de Neve e os Sete anões, entre outros, são pano de fundo e, ao mesmo tempo, personagens principais. O autor realizou um excelente trabalho em reformatar esses contos antigos, sem precisar modificar uma vírgula em suas histórias originais, mas mesmo assim, nos apresentando os personagens de forma totalmente nova.

Mas o que mais me chamou a atenção no livro, foi o narrador. Raphael consegue criar um clima que nos faz imaginármos que a história está sendo contada ao redor de uma fogueira por um parente mais velho, ou até mesmo por um bardo, em uma taverna movimentada… mas que fica em silêncio absoluto para se concentrar na fala desse narrador. Não é muito comum encontrar narradores que se jogam dentro da história, e que por fim, acabam sendo por sí só, mais um personagem nessa história tão rica e interessante.

Vale a pena uma lida não só pelo narrador excêntrico e divertido, mas também para você rever personagens de contos infantis em uma temática um pouco mais madura, e ter a certeza que até crianças de contos de fadas crescem um dia, seja por força do tempo, ou por algum trauma externo.

Dragões de Eter – Resenha Conan, The Librarian

Do blog Conan, the Librarian, uma curta resenha de “Dragões de Éter”.

O autor do blog, o psicólogo Rodolfo de Souza, se mostra um leitor de senso crítico apurado, devorador de tudo relativo ao fantástico. Na ocasião, postou resenhas curtas de quase todas as obras de fantasia que se tem acesso em português por aqui, tanto nacionais quanto internacionais.

Obviamente, “Dragões” está entre elas.

A lista completa dessas resenhas (dica: vale à pena conferir), com as estrelas e avaliações completas pode ser vista clicando aqui.

Abaixo, a avaliação sobre a obra.

De acordo com o caráter crítico e cultural de Rodolfo, que podemos bem conhecer em outras resenhas, só posso afirmar que cada estrela dada ao livro tem bastante valor.

Enjoy.

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Dragões de Éter – Livro 1: Caçadores de Bruxas * * * *
(Raphael Draccon)

      Um ótimo conto-de-fadas para adultos. A escrita é muito boa. O eu-lírico assemelha-se a um contador de histórias, como se você o estivesse ouvindo contar de memória, ao invés de acompanhar um narrador onisciente. Uma aventura muito bem contada, que trata de um tipo de continuação dos velhos contos-de-fadas — há uma releitura dos contos do Chapeuzinho Vermelho, João e Maria, etc. num mundo completamente novo e próprio (o que é revigorante) de alta magia e totalmente mágico.
O autor procurou fazer para si um mundo onde ele poderia reviver suas histórias de infância, como Caverna do Dragão (Raphael Draccon tem minha idade e escuta as mesmas músicas que eu).

“Dragões De Éter” e um interessante “Top 10 Livros” II

E mais um “Top 10″ livros enviado, colhido na web, dessa vez por parte da leitora Pepe “Moony”.

Se da outra vez, Dragões ocupou a quinta posição, nesse “Top” sua “colocação” foi ainda melhor.

Confiram.

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Aiaiai Que Dificil!
Bom, os top 10 Livros é complicado, mas as top 10 Séries de Livros ta valendo XD

1 – Harry Potter (em ordem: 5,3,6,7,1,2,4) – J.K.Rowling (duh!)
2 – A Trilogia de Bartimaeus – Jonathan Stroud
3 – Todos de “A Mediadora” – Meg Cabot
4 – Dragões do Éter – Raphael Draccon (gente, ele é brasileiro! e esse livro é foda u.u)
5 – Fronteiras do Universo – Philip Pullman
6 – A Trilogia “Jogo-da-Velha” – Malorie Blackman
7 – Coração de Pedra – Charlie Fletcher (ok, parece que vai virar filme *_*)
8 – A Batalha de Pirgus Malvae – Herbie Brennan
9 – Anjos e Demonios – Dan Brown
10 – Crepúsculo – Stephenie Meyer

Quanto vale uma mensagem?

O momento mais mágico para um escritor é o contato com seu público-alvo.

É o momento em que ele descobre que o mundo nascido realmente pulsa, e pulsa o bastante para lembrar-lhe o quanto ele é pequeno, ao menos diante da dimensão de linhas de éter que tocam a imaginação de diversos seres humanos sonhando em uma mesma direção.

Existem mensagens e mensagens. Algumas são mais emotivas, algumas mais críticas, algumas são empolgadas; outras desejam força e sucesso. Todas; todas valiosíssimas.

Até mesmo uma pessoa que escreva uma mensagem reclamando de um livro para um escritor, dedicou tempo e esforço (e as vezes coragem) da parte dela para aquela situação, e apenas isso já demonstra que de alguma forma aquele escritor mexeu com ela. [o quanto?].

O suficiente para ela se importar com ele.

Mensagens como a do leitor e estudante de biologia, Augusto Soares, se enquadram no caso.

Augusto havia me escrito meses atrás para contar que havia descoberto o livro, e estava ansioso para ler.

Quando começou a obra, escreveu novamente registrando suas impressões pelo início, e prometendo que faria um texto mais detalhado de suas impressões ao final.

Admito que realmente esperei por esse texto. É um fato: como citado, escritores amam todas as mensagens de seus leitores. Entretanto, existem determinadas mensagens em que notamos que existe uma profundidade ou uma maturidade literária por detrás daquela pessoa que nos escreve, que nos faz ficarmos realmente curiosos sobre suas opiniões finais.

A forma delas se expressarem, o português, as referências e argumentos que usam para defender seus pontos de vista; não há exatamente uma lógica, existem mensagens que realmente são diferentes.

E isso independe da idade; tenho uma leitora de 12 anos apenas, Bruna “Brubis” Passanezi, devoradora de livros, que se expressa melhor do que alguns comentaristas esportivos de tv, e com um português de deixar alguns antigos colegas meus de faculdade envergonhados.

Augusto “Guto” Soares é um leitor desse tipo. E então quando ele me mandou sua opinião final, ela foi bem valiosa.

Posto-a aqui em homenagem a meus leitores, e suas palavras inspiradoras.

Obrigado por nunca. Nunca acordarem.

***

Raphael,

Como já não lhe é novidade, pois fiz questão de manter-lhe informado, desde que comecei a leitura do seu livro, Dragões de Éter, fiquei embasbacado. A princípio pela simplicidade da leitura, a forma relaxante e agradável com que o tema era abordado. Ousei fazer uma comparação que considero extremamente honrosa ao citar O Hobbit, do mestre Tolkien. Não me arrependo, muito pelo contrário: ainda vou me valer dela durante este texto.

Você conduziu a história e deu vida aos personagens com maestria. Assumo que no começo fiquei meio estressado com as freqüentes interrupções de “eu sou o contador e posso afirmar isso; afinal, eu estou criando isso”, mas não me leve a mal, foi apenas por ânsia de continuar a leitura e dar continuidade aos acontecimentos que me saltavam aos olhos e mexiam com minhas emoções, me levando de volta à infância inúmeras vezes. Que sensações agradáveis você despertou, Raphael!

O amadurecimento dos personagens com o desenrolar da trama foi lindo. Tudo justificado, sem lero-lero ou embromação. Tudo fez sentido, inclusive fazendo o leitor se questionar se faria diferente. E muitas vezes a resposta era não. Sua análise do comportamento humano foi muito boa. Como “contador” amador, sei como é difícil atingir uma profundidade psicológica nos personagens, sempre sendo necessário citar os como’s e por que’s, mas sem se tornar repetitivo. Mais uma vez, parabéns. Você o fez muito bem.

Outro ponto que merece destaque são os personagens em si. A variedade de personalidades e habilidades me fez lembrar dos tempos em que passava horas ao redor de uma mesa, jogando dados e interpretando personagens. Você joga RPG, não joga? Me arrepio só de pensar em uma sessão conduzida por você. Enfim, não quero desvirtuar o texto, deixemos essa confabulação para outra oportunidade!

A idéia de pegar personagens pré-existentes e moldar às necessidades da trama foi genial, nunca vi nada parecido antes. Revelo minha preferência pelo Mestre Anão Ira; a adaptação foi sensacional! Taí um personagem e tanto, e creio ser apenas um entre sete de capacidade semelhante. Talvez contos sobre as aventuras dos lendários Mestres Anões surjam, não seria uma má idéia, não é mesmo?

Muitos (se não todos) personagens têm potencial para muitas outras histórias, e tenho certeza que você já pensou nisso. Afinal, só depende de você mantê-los vivos, e você me pareceu disposto a isso. Não sem razão. Mas agora chego onde mais quero chegar: Nova Ether.

Assim como Tolkien, você criou um mundo. Um mundo com vida própria, suas próprias lendas e crenças, dividido e governado de forma única. Cara… não tenho palavras. É mágico, e você sabe disso muito mais que qualquer um que tenha se aventurado por aquelas páginas amareladas, exalando… éter. Seria um tremendo desperdício parar por aí. Cada história a qual você nos introduziu, cada lugar citado, cada conflito e cada povo não só merecem, mas DEVEM ser explorados. Milhares de histórias podem ser criadas nesse cenário que você desenvolveu!

Pense se Tolkien tivesse restringido a Terra-Média aO Hobbit? Praticamente um crime! Essa foi sua primeira obra, e certamente abriu centenas de portas. Quem sabe o seu O Senhor dos Anéis não vem por aí? Talvez um Silmarillion, com lendas de Nova Ether? As possibilidades são infinitas! Aproveite-as, eu lhe imploro. Nós, leitores, precisamos que você continue exercendo seu papel de Criador-contador. A coisa é simplesmente muito grandiosa para ser engavetada.

Idéias saltam à minha mente o tempo todo. Sinto-me até meio envergonhado de propor isso a alguém tão talentoso quanto você, mas posso te passar algumas. Talvez você goste e aprimore! Enfim, humildemente ofereço minha ajuda e meu apoio. Tudo para que a coisa não pare por aí. Não que esteja ruim, enfatizo que você tem uma obra prima. Mas a coisa pode se tornar épica. Veja em mim um fã disposto a manter esse universo vivo!

Bom, posso passar horas e horas aqui, escrevendo sobre cada parte do livro, cada lugar e personagem, mas não acho que seria interessante. Vou resumir minha opinião, antes que você desista de ler tudo e vá comer uma rosquinha com café.

A obra está ótima, do começo ao fim. A mudança no ritmo da narrativa, conduzida pelos acontecimentos do livro, se deu com sucesso. O final foi muito bom, embora ‘pouco explorado’, tendo em vista a profundidade da coisa. E não vou retomar esse assunto, acho que já deixei bem claro o que penso sobre o potencial dessa obra, e como autor deste texto, posso lhe garantir isso (hehehe).

Congratulações de coração, Raphael. Você fez um excelente trabalho, digno de todos os elogios. Conseguiu cativar um leitor chato e exigente, que não pouparia palavras para apontar erros grosseiros, assim como não poupou para elogiar seu trabalho.

Conte comigo e com todos os fãs.

E, pelo amor do Criador, não pare de sonhar.

Augusto Soares, seu mais novo fã.

Encontro Prática de Escrita

 

Havia anunciado já esse evento de alto nível, mas aproveitando que a data foi alterada, estou colocando aqui a data correta e também a localização, e o website.

http://www.praticadeescrita.blogspot.com/

Dia 4 de outubro de 2008, das 9h às 17h30, no campus Anália Franco da Universidade Cruzeiro do Sul, ocorrerá o Encontro Prática de Escrita: leituras, feitura e publicação. O evento é organizado pelos professores Carlos Andrade, Patrícia Leite e Claudio Brites e tem por objetivo fomentar um bate-papo a respeito de assuntos pertinentes à literatura contemporânea, mercado editorial e publicação, literatura fantástica no Brasil, a importância do cinema e da internet no cenário atual e oficinas literárias.

Para isso, reúne editores, agentes literários, quadrinhistas e escritores premiados que se alternarão em mesas durante todo dia. O evento é gratuito, mas como as vagas são limitadas o cadastro deve ser feito previamente no site praticadeescrita.blogspot.com, no qual pode-se ver os detalhes da programação e a biografia de seus convidados.

Inscrevam-se!

Além desse escritor, estarão presentes como convidados os companheiros: Helena Gomes, Kizzy Ysatis, Marcelino Freire, Silvio Alexandre, Octávio Cariello, Flávia Muniz, Roberto Causo, entre outros.

Sonhem conosco.

Encontro Prática de Escrita: leituras, feitura e publicação.

Coordenador por Cláudio Brites, em setembro ocorrerá um interessantíssimo evento sobre literatura na Universidade Cruzeiro do Sul, em São Paulo.

Abaixo os detalhes da minha mesa, ao lado de Luís Eduardo Matta, meu companheiro de editora, e escritor que tem pensamentos e filosofias literárias parecidas com as minhas.

Como sempre, para aqueles que puderem comparecer, será um prazer.

*** 

Nome do evento: Encontro Prática de Escrita: leituras, feitura e publicação.

Dia: 27/09/08

Horário: 9h30 – 17h30

Local: Universidade Cruzeiro do Sul

Campus Anália Franco

                Av. Regente Feijó, 1295

Bairro Jardim Anália Franco

                São Paulo – SP

Editoras, Leitores, Mercado e Publicação 9h30 – 11h

Flavia Muniz, Alessandra Pires

Mediação: Octavio Cariello

Literatura de Fantasia 11h15 – 12h45

Kizzy Ysatis, Rosana Rios

Mediação: Silvio Alexandre

Literatura, Cinema e Internet 14h15 – 15h45

Raphael Draccon, Luís Eduardo Matta

Mediação: Helena Gomes

Oficinas Literárias 16h – 17h30

Marcelino Freire, Eunice Arruada

Mediação: Roberto Causo

Da Série: Frases de Escritores Fantásticos II

Diálogo entre Draccon e Vianco, um mês antes da mesa “A influência do cinema  na Literatura Fantástica”, em Julho de 2008 no Fantasticon.

DRACCON: Caramba, o Gaiman vem no Brasil esse ano pra FLIP! E sabe da maior? A mesa dele vai ser na mesma hora da nossa no Fantasticon!

VIANCO: Caraca! Quer dizer que o cara não vai poder assistir a gente???

DRACCON: Uwahahahahaha!

Draccon no Anno Domini – Casa das Rosas

 

Mais uma vez em São Paulo, dessa vez sem tanto frio, para um interessantíssimo evento: o lançamento da antologia de contos medievais e fantásticos “Anno Domini”.

Para aqueles que não leram nada sobre isso até agora, trata-se de uma antologia da Andross Editora, em que recebi o convite para ser “convidado de honra” através da simpática escritora e organizadora Helena Gomes.


(Helena Gomes)

O evento ocorreu na Casa das Rosas, na Avenida Paulista, e contou com a presença de 36 dos 50 autores do livro. Local espetacular; miolo e capa bem-feitos; coquetel competente (acho; a noite foi tão agitada que quando lembrei de “procurar” por uma taça de… ãhnn… guaraná, o coquetel já tinha encerrado).

Anno Domini foi tudo o que a expectativa prometeu (bom, sempre há a chance de eu estar errado. Talvez ele tenha sido um pouco mais…).

De longe, o mais interessante foi ver as estrelas da festa em ação: observar os autores de Anno Domini exibindo crachás no peito como uma merecida medalha de um soldado que sobrevive à guerra.

Sabem, eu sei que eu e Cláudio Villa éramos os “convidados de honra” ali do projeto, convite feito por já estarmos publicados cada um à sua maneira no mercado editorial, mas, sinceramente, para mim cada um daqueles autores eram estrelas que brilhavam demais.

Alguns talvez por luz própria, alguns talvez pelo conjunto que o momento representava; mas ali, naquela Casa das Rosas, todos brilhavam e vibravam na mesma sintonia devido à egrégora que forma o sentimento que habita o coração de um escritor.

Porque todo ser humano que segura nas mãos um sonho, não o deixa escorrer como grãos de areia. [não mesmo?]. Não, não deixa não. [e por que não?].

Porque se cada grão de areia possui realmente tudo o que pulsa no universo dentro dele, então o que pulsará no coração de quem dá vida a universos que brilham além do que a razão pode explicar?

Eu respondo: éter.

O que eu via naquela Casa eram corações nascidos na poesia do ser humano ordinário que não desiste, e sonha com a realização de feitos extraordinários.

Aqueles eram escritores que tinham em mãos a primeira publicação, mas era muito mais do que isso. Aquele era o momento em que o mundo (ou uma parte do mundo) parava de girar, para não apenas notar suas existências, como fazê-los sentir um pouco o gosto do sucesso do escritor que não desiste.

Não faço idéia de quantos livros assinei nesse sábado, dia 19. Nem de quantas pessoas conversei rapidamente (infelizmente, pelo tempo havia de ser sempre mais rapidamente do que a vontade gostaria), nem para quantas fotos fiz poses (e, provavelmente, saí de olhos fechados! Tenho problemas com máquinas que disparam dois flashes antes do registro na memória digital).

Mas me lembro sim de uma coisa. E me lembro bem.

Me lembro de cada autor que chegava até mim e me pedia um autógrafo, e do olhar que transcendia a compostura, quando eu lhes entregava meu próprio exemplar, e dizia:

“É claro. Mas é assim que você agradece…”.

         

Alguns poucos; muitos poucos daqueles chegarão até o fim da estrada solo completa (todos têm talento; mas a estrada, infelizmente, exige algo além do escritor sobrevivente), mas isso não tem importância, pois o mundo parou e se tornou mais puro por um momento.

Pois todo universo, real ou fictício, se emociona diante de homens que realizam sonhos, ou se inspiram nesse sonhar.

E todos eles irão sempre se lembrar, seja na carreira de escritor seja na de ser humano, do dia em que o mundo parou por eles. E para eles.

Naquele sábado, eu fui um mero convidado de honra.

Mas cada um daqueles outros 34 autores foram mais, foram muito mais do que isso. Eles foram estrelas. Eles foram dragões.

Dragões divinos. Dragões fantásticos.

Dragões de éter.

Fantasticon 2008, por Roberto de Souza Causo

E como prometido, aqui abaixo está o texto do escritor e crítico Roberto de Souza Causo sobre minha mesa no Fantasticon, ao lado de André Vianco, Vivi Amaral e Alfredo Suppia.

Quem quiser acompanhar a cobertura do evento completo (vale à pena!), pode acessar o texto através do link http://terramagazine.terra.com.br/interna/0,,OI3004240-EI6622,00.html

Enjoy.

Fantasticon 2008

Roberto de Sousa Causo
De São Paulo

(…) 

Então saltei para o painel “A Invasão do Cinema na Literatura Fantástica” (as atividades desta FantastiCon tinham uma sobreposição de meia hora a uma hora, para facilitar esses pulos de uma para a outra). André Vianco, o best-seller do horror nacional, e que tem tentado filmar seus livros Os Sete e Bento, apontou a falta de ousadia do cinema nacional, que tem medo de efeitos especiais. Também disse que os intelectuais condenam se escrever pensando em cinema, mas observou que há autonomia no processo de escrita, que vem primeiro, livrando-o da pecha de subordinado a um meio de maior difusão comercial. Vianco pretende dirigir suas adaptações.

Raphael Draccon, autor do romance de fantasia Dragões do Éter, elogiado por Vianco, é também roteirista de cinema e leitor de roteiros submetidos à produtora de Fernando Meirelles, O2. Para ele, a relação literatura/cinema é natural. Comentou que “os autores clássicos não tiveram concorrência multimídia, ou também teriam pensado em cinema”. Contrariando profissionais como Doc Comparato, que acham que o roteirista está mais próximo do diretor, do que o escritor, Draccon pensa que o roteirista está mais próximo da literatura.

De fala mansa e ponderada, Draccon disse que a maioria dos roteiros que chegam até ele são mal escritos e esquemáticos, mas informou que um dos que passaram por ele está rodando em Hollywood. Enfim, defendeu que “a geração de hoje é visual – ela escreve vendo um filme”, e não necessariamente tendo o cinema como um segundo passo. Como roteirizar está próximo da literatura, é contato com literatura que os novatos devem priorizar. Mais da sua fala está no blog de Draccon: http://www.raphaeldraccon.com/blog.

Vivi Amaral falou da Mostra Curta Fantástico (http://www.mostracurtafantastico.com.br), que ela ajuda a coordenar, e concorda que o cinema sofre de preconceito sobre o aspecto comercial. Conhece produções amadoras de FC e horror, a filmes nacionais feitos com imagens de computador perfeitas, em parte por causa da qualidade profissional encontrada no meio publicitário. Perante a pergunta de se a atual vibração na área poderá sair de moda, ela disse que “tudo é cíclico”, mas que não dá sinais de arrefecer.

Alfredo Suppia, doutor em cinema pela UNICAMP e especialista em cinema brasileiro de FC, também enxerga parentesco entre a sétima arte e a literatura; mencionou que, por exemplo, o cinema americano clássico também nasce da adaptação literária. “Verbo e imagem estão mais ligados do que pensamos”, disse. Concorda com Vianco, de que o cinema brasileiro é muito tímido, e notou que os argentinos são mais ousados. Na questão dos efeitos especiais como limitadores, pergunta se “não seria uma alternativa investir mais na criatividade”. Deu exemplos de filmes de FC e horror menos dependentes dos efeitos especiais, entre eles o curta nacional Barbosa. Para ele, “há muita criatividade na FC brasileira”, faltando mesmo a atenção dos produtores. Suppia também tem fala mansa e nenhum ranço acadêmico.

Enfim, foi uma mesa de participações sólidas, mas um tanto truncada pelo atraso inicial. Achei que as de Amaral e Draccon (que claramente havia preparado a sua comunicação antes) acabaram abreviadas.

Da Série: Frases de Escritores Fantásticos

(diálogo entre Raphael Draccon e André Vianco

DRACCON: Sabe, eu não entendo esse tal de “bloqueio criativo”. Nunca soube que negócio é esse!

VIANCO: Eu já! Já passei umas duas semanas por isso…

DRACCON: Isso não é “bloqueio criativo”, cacete! Isso são “férias”!

VIANCO: Uwahahahaha!

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