Conexão Futura

Vídeo da entrevista para o “Conexão Futura”, apresentado por Cristiano Reckziegel e exibida ao vivo em 17/04 com a participação do público.

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“Fios de Prata” no Papiro Digital

Resenha sincera e completa sobre “Fios de Prata” de Nadja Moreno para o Escrev-Arte e para o Papiro Digital.

Links originais:

http://escrev-arte.blogspot.com.br/2014/02/resenha-fios-de-prata-raphael-draccon.html

http://papirodigital.com/literatura/livros/resenha-fios-de-prata-de-raphael-draccon/

Enjoy.

***

Este livro me causou um turbilhão de sensações. Certamente porque este substantivo o retrate muito bem. A princípio isso me incomodou bastante, mas a sequencia dele foi tão bem elaborada, inteligente e diferente que decidi que ele é sim um livro excelente e que merecia suas cinco estrelas, mesmo com algumas coisas que eu gostaria que tivessem sido escritas de outra forma.
A primeira coisa que me chamou atenção no livro, inicialmente de forma negativa, foi a miscelânea de linguagens. É redigido em terceira pessoa com um capítulo em primeira. Usa linguagem fluída e simples quando retrata o dia a dia dos jovens protagonistas, e uma rebuscada e mais complexa quando retrata o Sonhar, um outro plano onde nos encontramos quando dormimos. Eu já li livros assim e gostei muito. Neste me soou misturado demais, informação demais e não gostei. Não pareceu natural ou bem encaixado. Podia ter menos altos e baixos na linguagem. Do meio do livro para frente este mal estar se desfez e passou a ter mais coerência para mim estas mudanças.
A segunda coisa que me deu a sensação de turbilhão, de ‘demais’ foi a inserção de uma mistura de crenças, religiões, seitas, grupos, mitologia. Muita, muita informação. Alguns podem achar confuso. A ideia era juntar tudo numa coisa só, em uma centralidade onde tudo converge. Pensamento legal, mas que também só ficou mais harmonioso ao longo das páginas do meio para frente.
Os protagonistas – Mikael e Ariana são jovens atletas talentosos e famosos. Eu sinceramente não gostei muito de eles serem esportistas, não vi muita harmonia com o todo da estória que se desenrola ao longo de muitas páginas. Sei que vai ter quem vá me criticar, mas sinto como se fosse um nacionalismo forçado inserir os grandes personagens da estória como esportistas – jogador de futebol e ginasta. Não sei, sempre achei que o Brasil se destaca demais em uma infinidade de coisas muito bacanas para sempre centralizarmos nossos heróis nos esportes – pesquisa científica é uma delas (tá, parei, não falo mais disso, não é o objetivo da resenha). Pude ver de forma mais tranquila este aspecto e tirar meu mal jeito, quando o autor inseriu aspectos no final que, de certa forma, justificaram o porquê de Mikael ser atleta. Tá bom, ficou menos mal… Além disso o crescimento de Mikael no plano no Sonhar é tão forte e bem feito que eu o via como um moleque inconsequente, chato e sem conteúdo no começo, e terminei o livro vendo-o como um adulto responsável, forte, decidido e bom. Se fosse um filme, acho que seria difícil para o ator representar facetas tão diferentes de um personagem.
Tem outro aspecto que me chamou atenção. Fatos citados como consequências de situações acontecidas no plano do Sonhar. Algo lá refletia no plano físico e estes reflexos muitas vezes me soaram familiares, coisas que realmente vi acontecer. Achei uma jogada genial do autor. Já vimos autores que se destacaram no universo literário pela facilidade de misturar realidade e ficção de forma factível não é? Mas eu estranhei um detalhe. O espaço-tempo me pareceu destoado. Em vários pontos parecia que tudo que estava acontecendo no Sonhar era algo atual, dentro da mesma contagem de tempo do plano físico. Mas o autor cita fatos de muito tempo atrás, junto com fatos atuais – inclusive citando obras e autores ‘da moda’, como consequência das guerras no Sonhar. Eu me perdi sinceramente… Além disso nas passagens que citava as consequências no plano físico, a passagem terminava com uma frase do tipo: “E os assassinos, até hoje, caminham impunemente”. Mas não estava acontecendo naquele momento? Então a frase fica sem sentido. Bom, isso me deu um nó no cérebro. Gostei e não gostei ao mesmo tempo. Na mesma intensidade.
Outros pequenos pontos que me martelavam a mente enquanto lia: Os deuses se apelidavam constantemente em seus diálogos. Achei desnecessário, diante de um livro com tanta informação. Tinha hora que me perdia de quem falava com quem. E termos em caixa alta. Vários, o tempo todo. Não gostei. E os longos discursos ou diálogos sobre ‘o homem de hoje’. Não gosto destes rompantes de livro de autoajuda no meio da ficção e fantasia.
Aí você deve estar se perguntando: Nadja, então porque deu cinco para o livro, se tem tanta coisa que desgostou? Explico.
Draccon faz uma junção de fatos e acontecimentos não muito bem explicados ou entendidos, posturas que as pessoas assumem e que ninguém entende, e dá um significado. Junta vários planos além do físico e traça um caminho de ação e reação, de escolha e consequência que clareia os porquês. O autor insere na fantasia a justificativa para os sonhos, para a esperança, para o bem. E esta parte não soou apelativa ou forçada. Pareceu-me claro, verdadeiro, realmente plausível e justificável. Tudo é consequência. Simples assim. O que fazemos – ou deixamos de fazer – aqui, reflete nos outros planos e vice-versa.
“Capitão… – ele disse, focando no súdito – acaso sabes como calar a voz de um demônio em batalha?” O capitão talvez tenha sabido um dia. Mas não naquele. “Hoje não sei, majestade…” “Diga a ele: Eu sou a Esperança.”
Além disso tenho de tirar o chapéu para Draccon em passagens graciosas, como o fato de o fio de prata que nos mantém ligados quando estamos, sob uma perspectiva, em dois planos ao mesmo tempo, ser um frio traçado de trilhões de cordas… Ficou lindo de se imaginar.
Lindo também a ligação com Dimas. Se você não sabe de que Dimas estou falando, leia o livro… Vai concordar comigo que é uma referência bem bacana!
O autor cita várias vezes obras atuais, grandes autores e os insere muito bem na trama. Não parece um parágrafo à parte… É quase como que se eles fossem também de certa forma personagens da trama. Magnífica a cena da árvore dos escritores… Nem que seja para visualizá-las e nada mais, já vale a pena ler todas as suas 352 páginas.
Os diálogos são rápidos. Para mim, um dos pontos mais importantes. Odeio, odeio mesmo quando o autor insiste em explicar quem fala o que, sem deixar que o leitor entenda por si só. “Fulano disse:; Beltrano respondeu:; Aí virando-se Ciclano comenta:” Ahhh, cansa, irrita. Odeio diálogos engessados e os de Draccon, sem dúvida não o são. Altamente fluídos.
Fluído também fica o livro depois de um certo ponto, e, apesar de ter sequências longas de diálogos e cenas de guerra com riqueza de detalhes que pareciam excessivas, não dá para não ler. Queremos saber o que vem depois e depois e depois. Os cortes de cena entre os dois planos vão sendo feitos cada vez mais rápidos e cadenciados que a gente se sente viajando para lá e para cá com nossos fios. Havia tempo que não me sentia literalmente viajando nas páginas de um livro desta forma. Sentia na pele a transição de um lugar para o outro.
Existe romance? Sim. Ele está lá permeando tudo, mas sem ser, nem de longe, o mais importante. Mas ao mesmo tempo, o amor entre os dois é o que dá sentido a tudo. Tudo é por eles. Tudo acontece por eles… Ou por… Ah, bom… Melhor você ler para entender. Tem um lance do avatar lá no plano do Sonhar que foi a sacada bacana, genial e fofa no finalzinho do livro. (E nem adianta ir lá no final e ler, porque você não vai entender o contexto. Tem de ler o livro todo, ok?).
E existe guerra. Claro. Muita guerra, muitos seres fantasiosos medonhos! Muito bem explicados e apresentados pelo autor. Me lembrei de quando assistia os filmes de Freddy Krueger e tinha um certo receio em dormir. Draccon me causou, ao mesmo tempo, medo dos sonhos, e esperança que só se configura neles.
Recomendo a leitura. Calma, despretensiosa e apaixonada leitura.

Resenha | Fios de Prata, de Raphael Draccon

ÍndiceMikael Santiago realizou o sonho de milhares de garotos. Aos 22 anos era o jogador brasileiro com o passe mais caro da história do futebol. Mas à noite os sonhos o amedrontavam. Às vezes, o que está por trás de um simples sonho – ou pesadelo – é muito maior que um desejo inconsciente. Há séculos, Madelein, atual madrinha das nove filhas de Zeus, tornou-se senhora de um condado no Sonhar, responsável por estimular os sonhos despertos dos mortais. Uma jogada ambiciosa que acaba por iniciar uma guerra épica envolvendo os três deuses Morpheus, Phantasos e Phobetor, traz desordem a todo o planeta Terra e ameaça os fios de prata de mais de sete bilhões de sonhadores terrestres. Envolvido em meio a sonhos lúcidos e viagens astrais perigosas, a busca de Mikael pelo espírito da mulher amada, entretanto, torna-se peça fundamental em meio a uma guerra onírica. E coloca a prova sua promessa de ir até o inferno por sua amada.

Resenha

Este livro me causou um turbilhão de sensações. Certamente porque este substantivo o retrate muito bem. A princípio isso me incomodou bastante, mas a sequencia dele foi tão bem elaborada, inteligente e diferente que decidi que ele é sim um livro excelente e que merecia suas cinco estrelas, mesmo com algumas coisas que eu gostaria que tivessem sido escritas de outra forma.

A primeira coisa que me chamou atenção no livro, inicialmente de forma negativa, foi a miscelânea de linguagens. É redigido em terceira pessoa com um capítulo em primeira. Usa linguagem fluída e simples quando retrata o dia a dia dos jovens protagonistas, e uma rebuscada e mais complexa quando retrata o Sonhar, um outro plano onde nos encontramos quando dormimos. Eu já li livros assim e gostei muito. Neste me soou misturado demais, informação demais e não gostei. Não pareceu natural ou bem encaixado. Podia ter menos altos e baixos na linguagem. Do meio do livro para frente este mal estar se desfez e passou a ter mais coerência para mim estas mudanças.

A segunda coisa que me deu a sensação de turbilhão, de ‘demais’ foi a inserção de uma mistura de crenças, religiões, seitas, grupos, mitologia. Muita, muita informação. Alguns podem achar confuso. A ideia era juntar tudo numa coisa só, em uma centralidade onde tudo converge. Pensamento legal, mas que também só ficou mais harmonioso ao longo das páginas do meio para frente.

Os protagonistas – Mikael e Ariana são jovens atletas talentosos e famosos. Eu sinceramente não gostei muito de eles serem esportistas, não vi muita harmonia com o todo da estória que se desenrola ao longo de muitas páginas. Sei que vai ter quem vá me criticar, mas sinto como se fosse um nacionalismo forçado inserir os grandes personagens da estória como esportistas – jogador de futebol e ginasta. Não sei, sempre achei que o Brasil se destaca demais em uma infinidade de coisas muito bacanas para sempre centralizarmos nossos heróis nos esportes – pesquisa científica é uma delas (tá, parei, não falo mais disso, não é o objetivo da resenha). Pude ver de forma mais tranquila este aspecto e tirar meu mal jeito, quando o autor inseriu aspectos no final que, de certa forma, justificaram o porquê de Mikael ser atleta. Tá bom, ficou menos mal… Além disso o crescimento de Mikael no plano no Sonhar é tão forte e bem feito que eu o via como um moleque inconsequente, chato e sem conteúdo no começo, e terminei o livro vendo-o como um adulto responsável, forte, decidido e bom. Se fosse um filme, acho que seria difícil para o ator representar facetas tão diferentes de um personagem.

Tem outro aspecto que me chamou atenção. Fatos citados como consequências de situações acontecidas no plano do Sonhar. Algo lá refletia no plano físico e estes reflexos muitas vezes me soaram familiares, coisas que realmente vi acontecer. Achei uma jogada genial do autor. Já vimos autores que se destacaram no universo literário pela facilidade de misturar realidade e ficção de forma factível não é? Mas eu estranhei um detalhe. O espaço-tempo me pareceu destoado. Em vários pontos parecia que tudo que estava acontecendo no Sonhar era algo atual, dentro da mesma contagem de tempo do plano físico. Mas o autor cita fatos de muito tempo atrás, junto com fatos atuais – inclusive citando obras e autores ‘da moda’, como consequência das guerras no Sonhar. Eu me perdi sinceramente… Além disso nas passagens que citava as consequências no plano físico, a passagem terminava com uma frase do tipo: “E os assassinos, até hoje, caminham impunemente”. Mas não estava acontecendo naquele momento? Então a frase fica sem sentido. Bom, isso me deu um nó no cérebro. Gostei e não gostei ao mesmo tempo. Na mesma intensidade.

Outros pequenos pontos que me martelavam a mente enquanto lia: Os deuses se apelidavam constantemente em seus diálogos. Achei desnecessário, diante de um livro com tanta informação. Tinha hora que me perdia de quem falava com quem. E termos em caixa alta. Vários, o tempo todo. Não gostei. E os longos discursos ou diálogos sobre ‘o homem de hoje’. Não gosto destes rompantes de livro de autoajuda no meio da ficção e fantasia.

Aí você deve estar se perguntando: Nadja, então porque deu cinco para o livro, se tem tanta coisa que desgostou? Explico.

Draccon faz uma junção de fatos e acontecimentos não muito bem explicados ou entendidos, posturas que as pessoas assumem e que ninguém entende, e dá um significado. Junta vários planos além do físico e traça um caminho de ação e reação, de escolha e consequência que clareia os porquês. O autor insere na fantasia a justificativa para os sonhos, para a esperança, para o bem. E esta parte não soou apelativa ou forçada. Pareceu-me claro, verdadeiro, realmente plausível e justificável. Tudo é consequência. Simples assim. O que fazemos – ou deixamos de fazer – aqui, reflete nos outros planos e vice-versa.

“Capitão… – ele disse, focando no súdito – acaso sabes como calar a voz de um demônio em batalha?” O capitão talvez tenha sabido um dia. Mas não naquele. “Hoje não sei, majestade…” “Diga a ele: Eu sou a Esperança.”

Além disso tenho de tirar o chapéu para Draccon em passagens graciosas, como o fato de o fio de prata que nos mantém ligados quando estamos, sob uma perspectiva, em dois planos ao mesmo tempo, ser um frio traçado de trilhões de cordas… Ficou lindo de se imaginar.

Lindo também a ligação com Dimas. Se você não sabe de que Dimas estou falando, leia o livro… Vai concordar comigo que é uma referência bem bacana!

O autor cita várias vezes obras atuais, grandes autores e os insere muito bem na trama. Não parece um parágrafo à parte… É quase como que se eles fossem também de certa forma personagens da trama. Magnífica a cena da árvore dos escritores… Nem que seja para visualizá-las e nada mais, já vale a pena ler todas as suas 352 páginas.

Os diálogos são rápidos. Para mim, um dos pontos mais importantes. Odeio, odeio mesmo quando o autor insiste em explicar quem fala o que, sem deixar que o leitor entenda por si só. “Fulano disse:; Beltrano respondeu:; Aí virando-se Ciclano comenta:” Ahhh, cansa, irrita. Odeio diálogos engessados e os de Draccon, sem dúvida não o são. Altamente fluídos.

Fluído também fica o livro depois de um certo ponto, e, apesar de ter sequências longas de diálogos e cenas de guerra com riqueza de detalhes que pareciam excessivas, não dá para não ler. Queremos saber o que vem depois e depois e depois. Os cortes de cena entre os dois planos vão sendo feitos cada vez mais rápidos e cadenciados que a gente se sente viajando para lá e para cá com nossos fios. Havia tempo que não me sentia literalmente viajando nas páginas de um livro desta forma. Sentia na pele a transição de um lugar para o outro.

Existe romance? Sim. Ele está lá permeando tudo, mas sem ser, nem de longe, o mais importante. Mas ao mesmo tempo, o amor entre os dois é o que dá sentido a tudo. Tudo é por eles. Tudo acontece por eles… Ou por… Ah, bom… Melhor você ler para entender. Tem um lance do avatar lá no plano do Sonhar que foi a sacada bacana, genial e fofa no finalzinho do livro. (E nem adianta ir lá no final e ler, porque você não vai entender o contexto. Tem de ler o livro todo, ok?).

E existe guerra. Claro. Muita guerra, muitos seres fantasiosos medonhos! Muito bem explicados e apresentados pelo autor. Me lembrei de quando assistia os filmes de Freddy Krueger e tinha um certo receio em dormir. Draccon me causou, ao mesmo tempo, medo dos sonhos, e esperança que só se configura neles.

Recomendo a leitura. Calma, despretensiosa e apaixonada leitura.

Fios de Prata – Capa Alternativa de Kentaro Kanamoto

Mais um trabalho impressionante de Kentaro Kanamoto para uma capa alternativa de “Fios de Prata – Reconstruindo Sandman…” e que só descobri a existência dessa imagem essa semana!

Enjoy!

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Entrevista Cabana do Leitor

Entrevista para o “Cabana do Leitor”, realizada por Sara Beck após o evento de sábado no shopping Nova América, falando desde meu atual momento de transição até a citação de “Fios de Prata” na novela das oito. Dá só uma conferida! ;)

“Fios de Prata” na novela “Amor à Vida”

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Ontem minha rede social explodiu e até minha mãe pulou do sofá de surpresa devido a um fato totalmente inesperado: uma citação a mim e a “Fios de Prata” na novela “Amor à vida”, de Walcyr Carrasco.

Na trama, a personagem Natasha, interpretada pela atriz Sophia Abrahão, citou inclusive uma breve sinopse do livro, quase causando um infarto de surpresa em mim e nos leitores.

Quem quiser ver ou rever a citação, só clicar no link abaixo:

http://globotv.globo.com/rede-globo/amor-a-vida/t/cenas/v/leila-tenta-convencer-thales-a-aplicar-golpe-em-natasha/2966262/

Já quem quiser saber mais sobre o livro, só acessar o link abaixo.

http://globotv.globo.com/rede-globo/amor-a-vida/t/cenas/v/leila-tenta-convencer-thales-a-aplicar-golpe-em-natasha/2966262/

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Tecendo os Fios de Prata

Resenha da escritora e crítica literária do O Globo, Ronize Aline, sobre “Fios de Prata – Reconstruindo Sandman”.

Para quem se interessar pelo livro, aliás, o Submarino está fazendo um bom desconto nesse link -> http://www.submarino.com.br/produto/111641775/livro-fios-de-prata-reconstruindo-sandman

Link original: http://www.ronizealine.com/2013/10/fios-de-prata.html

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***

[Resenha] Tecendo os Fios de Prata
A criação artística sempre manteve estreita ligação com o cenário dos sonhos, onde os rígidos limites racionais são rompidos e as possibilidades mais delirantes ganham forma. Criar é ousar, romper barreiras, arriscar, pensar fora da caixa, como diriam os americanos (think outside the box, no original). Criar é sonhar acordado. Ou sonhar desperto, como diria Raphael Draccon em seu Fios de Prata: reconstruindo Sandman, cuja resenha apresento abaixo.

Fios de Prata, o livro

“Nós somos do tecido de que são feitos os sonhos”, escreveu Shakespeare certa vez, quem sabe ele próprio acostumado a moldar a matéria de que são feitos os sonhos para criar suas obras. Sonhar é ousar para além dos limites de quando estamos acordados. Mas e quem ousa sonhar acordado? São sonhadores que se transformam em escritores, músicos, pintores, escultores, toda sorte de artistas. Raphael Draccon, autor da obra de fantasia Fios de Prata: reconstruindo Sandman, é um sonhador que ousa sonhar acordado – ou desperto. Afinal, o que dizer de um escritor que se propõe a reconstruir um mito enraizado no imaginário coletivo e eternizado na obra de ninguém menos do que Neil Gaiman? No mínimo, que tal incursão literária é uma ousadia. Aliás, ousadia é uma ideia que permeia todo o livro e a matéria da qual é moldado o personagem principal, Allejo.

Ao contrário do que se possa imaginar, Allejo não é o nome de nenhum deus fantástico, mas o apelido pelo qual é conhecido Mikael Santiago, famoso jogador de futebol brasileiro em ascensão internacionalmente. E aí reside um dos muitos méritos de Draccon. Ao tecer seu romance, o autor coloca sob a mesma narrativa habitantes do reino da fantasia e simples mortais. E faz isso seguindo, com uma escrita precisa e dinâmica, os fios de prata que ligam os sonhadores a suas formas de sono, tal qual um Teseu que se guia pelos fios de linha deixados no labirinto por Ariadne. São os fios de prata que ligam os dois mundos, antes unidos apenas durante o sonhar, mas que agora irão entrelaçar-se de maneira indefectível. “Eu sonho como se estivesse acordado”, diz Allejo em determinado momento.

fios de prata

Tudo começa quando um irmão ciumento do sucesso de outro resolve vingar-se por conta de uma trapaça realizada no passado, dando origem a uma guerra entre semideuses. O deus Hypnos delegou o Reino do Sonhar a seus três filhos, deuses menores: Phantasos, o Lorde das Fadas; Phobetor, o Senhor do Escuro, e Morpheus, o Senhor do Sono. Morpheus, o caçula, conseguiu enganar seus irmãos e ficou conhecido entre os humanos como o único deus dos sonhos. Phobetor, em cujos territórios têm lugar os sonhos mais sombrios, pretendendo se vingar dessa trapaça, quer para si tudo o que o irmão conquistou. E Phantasos, em cujos territórios reina a fantasia, não deixará que os irmãos levem a melhor. É no território de Phantasos que vive Madelein, o Anjo dos Sonhos, que recebe em seus domínios os sonhadores despertos. “Foi a mim [...] que o dramaturgo veio pedir a bênção antes de retornar, que o surdo tirou força para enfrentar o infortúnio que escolhera e montar a sinfonia, que o Divino pediu ajuda para pintar a Capela. Alguns deles vêm até mim à noite para sonhar dentro de seus próprios sonhos. Mas antes disso eles vêm a mim acordados buscar inspiração”, lembra Madelein. Quem ganhasse a guerra ficaria com os fios de prata de sete bilhões de sonhares terrestres.

Mas o mundo, cada vez mais escuro na orbe terrestre, também no Sonhar tem buscado as sombras. Phobetor lembra a Madelein que os sonhadores por vezes acabam refugiando-se em seu reino para de lá completarem suas realizações. “Tu inspiraste Rowling, e foi nas terras de Morpheus que se moldou Hogwarts. Tu inspiraste Tolkien, e foi nas terras de Phantasos que se anexaram as extensões da Terra Média. Tu inspiraste Lovecraft, e em minhas terras se fixou Miskatonic. Então eu te pergunto com sinceridade, Anjo: até onde vai tua vontade de ser coadjuvante em um mundo de formas e pensamentos?”, pergunta ele. Nesse trecho podemos perceber um recurso com o qual Draccon nos surpreende ao longo do texto, e que contribui para ressaltar a costura que tão bem ele faz entre duas narrativas, que poderiam correr em paralelo, mas estão intimamente ligadas com fios de prata: a citação de artistas reais cujas obras teriam sido desenhadas e elaboradas nos territórios dos sonhos. Essa costura firme é realçada em outros momentos, como quando relaciona eventos passados aqui embaixo a alterações – positivas ou negativas – no Reino do Sonhar. Um exemplo é que, ao mesmo tempo em que Phobetor, o Senhor do Escuro, leva vantagem em sua luta contra Morpheus, em São Paulo  uma menina de classe alta  planeja o assassinato dos próprios pais, rouba dinheiro do quarto deles e vai a um motel fazer sexo com o namorado, um dos assassinos.

A escrita de Draccon é essencialmente visual. A riqueza de detalhes, a elegância do texto meticulosamente construído e a tessitura perfeita que faz entre o mundo real e o mundo dos sonhos criam imagens difíceis de cair no esquecimento. “Acharás [interessante] mais ainda no dia em que vires sonhadores famosos se deitarem sobre estes álamos e escutarem o sussurro das palavras. A maioria acorda no momento seguinte, correndo a folhas ou a telas em branco. Outros esquecem rápido e demoram a concretizar suas obras. Mas a Arte já está pronta. Basta ter a capacidade de sentar-se em silêncio, escutá-la, e…”, Madelein explica a Allejo como os artistas buscam inspiração em seus domínios para as peças que criarão posteriormente. Se é verdade que o Anjo do Sonho inspirou Shakespeare a escrever Sonhos de uma noite de  verão na Primeira Estrada de suas terras e que Morpheus inspirou Gaiman na Nona Estrada, como afirma o livro, isso nos leva a pensar em que estrada daquele reino Phantasos teria inspirado o próprio Draccon a tecer os fios de prata que formaram essa obra.

Para mais informações sobre a obra de Raphael Draccon, visite o site do autor.

Fios de Prata: reconstruindo Sandman
Raphael Draccon
Editora Leya, 2012
352 páginas

“Fios de Prata” no Legado das Palavras

Resenha de Huggo Core para o Legado das Palavras.

Link original aqui.

Enjoy.

***

Na Estante – Resenha – Fios de Prata Reconstruindo Sandman

Capa Fios de Prata

Olá leitores do Legado das Palavras. Finalmente conclui a resenha de um dos melhores livros nacionais de 2012, livro esse de um autor que eu, particularmente, considero um dos melhores do gênero fantástico no Brasil, Raphael Draccon, inclusive eu já resenhei o livro Dragões de Éter – Caçadores de Bruxas, clique e confira. Hoje, entretanto, não falarei sobre a continuação de Dragões de Éter, mas sim, de seu novo livro Fios de Prata – Reconstruindo Sandman, baseado (claramente) no universo criado pelo autor Neil Gaiman em Sandman. O livro é o apogeu da carreira do autor (e espero que ela ainda voe ao infinito e além), publicado pela editora Leya, possuí  352 páginas e simplesmente foi lançado na Bienal do Livro de São Paulo (onde eu garanti o meu exemplar). Sem mais delongas, vamos ao que interessa.

Na trama, é apresentado Mikael Santiago – conhecido como Allejo -, um jogador de futebol brasileiro cujo o passe, aos 22 anos, é o mais valioso da história do esporte. Tamanha é sua habilidade que chega até mesmo ser considerada quase sobrenatural. Allejo realizou o sonhos de milhares de crianças brasileiras e em meio a esse sonho vivido por ele, Mikael enfrenta algo terrível: há dezoito meses seu sono é preenchido por estranhos pesadelos em cenário tenebrosos e sombrios, sonhos tão vívidos e…reais, que penetram além do subconsciente.  Allejo nem desconfia do fato de há muitos séculos, Madelein, A Senhora dos Sonhos Despertos,  é a senhora de um condado no Sonhar, musa inspiradora de um babilônico número de grandes artistas, e também senhora de um condado do Sonhar, responsável pelo estímulo no sonhos dos mortais. Entretanto, após uma engenhosa trapaça de Morpheus, os milhões de sonhadores terrestres passam a celebrá-lo como o verdadeiro Lorde dos Sonhos. Ato que gera inveja e ressentimento entre muitas entidades; Madelein, por sua vez, enxergar aí uma chance de ascensão, seus atos desencadeiam uma guerra sem precedentes pelo Sonhar, envolvendo os três Deuses Morpheus, Phantasos e Phobetor, além de colocar me risco os fios de prata de mais de sete bilhões de sonhadores terrestres. Paralelo a isso,  Allejo tem a alma de sua amada entrelaçada aos planos de Madelein, em meio a sonhos lúcidos e viagens astrais,  Mikael parte até os confins do Sonhar para resgatar o espírito da mulher amada, no entanto, sem saber que ele próprio é a peça mais importante em meio a guerra onírica.

Só esta sinopse já é de tirar o fôlego, não? Desde que conheci o trabalho de Draccon tornei-me fã de seus estilo de escrita e também de suas histórias. Acompanhei de perto todo o lançamento e a divulgação deste livro, comprei ele quando fui na Bienal do Livro (como já dito), e comecei a leitura empolgado, a empolgação se tornou voracidade, pois, ao longo das páginas e no decorrer da história, tive a felicidade de te algo que ia além da bela capa, algo envolvente e maravilhoso.

E bem escrito.

Raphael Draccon está em sua melhor forma como escritor, o modo de descrever (objetos ou sentimentos) se engradeceu muito em comparação à trilogia Dragões de Éter, a narrativa é simplesmente (desculpem o trocadilho) fantástica! Os personagens são bem trabalhados e desenvolvidos, o destaque  vai para Mikael/Allejo. O personagem usa frequentemente a frase “Por você eu iria até o inferno, Ariana!”, obviamente, seu grande amor; Allejo é drasticamente impelido a fazer essa jura de amor ir além do que meras palavras. Mikael vai do jovem que vivencia um sonho a uma herói implacável em busca de seu amor verdadeiro. Ponto de equilíbrio entre Mikael e seus pesadelos lúcidos, a ginasta Ariana, possuidora de uma personalidade forte, decidida e sempre com palavras de apoio e argumentos críticos quando necessário, agrega grande valor à trama, além de ser o alvo usado para atingir Allejo. Mas não espere um romance forçado e bonito como lido em diversas outras obras, o amor nasce e discorre naturalmente. Mas nem só de protagonistas vivem as histórias; Phobetor; Morpheus; Phantasos; Madelein; são os percursores da guerra seus diálogos, atitudes e descrição não fazem parecer menos.

Draccon oferece suspense, vingança, amor, ódio, ressentimento, lealdade de forma bem equilibrada em todo enredo; além de nos oferecer uma vastidão de referências ligadas a personagens marcantes e adorados por muitos,  como por exemplo Allejo (ícone do jogos de videogame da série International Superstar Soccer do Super Nintendo e dos jogos International Superstar Soccer, International Superstar Soccer De Luxe e International Superstar Soccer 64 do Nintendo 64), entre tantos outros usaremos apenas este exemplo afim de evitar spoilers desnecessários.

Enfim, Raphael Draccon mostra porque é um dos nomes mais proeminentes da literatura fantástica nacional, além de se apresentar como um grande escritor cada vez mais, a cada nova obra. Sem dúvidas, Fios de Prata – Reconstruindo Sandman vale cada página lida.

Neil Gaiman, o lado fã de Raphael Draccon

“Fios de Prata – Reconstruindo Sandman” – Book trailer sueco

2013-02-18 13.21.57

Hoje mais cedo comentei no FaceBook e no Twitter sobre “Fios de Prata – Reconstruindo Sandman” por causa do jogo do Paris Saint German, e lembrei que nunca mostrei pra vocês o book trailer sueco, que eu e Jurandir Filho exibimos nos eventos que fizemos no nordeste. Segue abaixo.

E para entender de onde veio essa camisa AWESOME acima, só clicar aqui.

Enjoy!

Triplobooks

Video-resenha bem completa de Mariana Medeiros para o Triplobooks. Interessante que ela faz um vídeo comentando com detalhes TODOS os meus livros já lançados até aqui.

Quem quiser conferir, só clicar abaixo.

Enjoy!

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