Dragões de Éter – Resenha “Livros Fantasia”

Mais um blog interessante, com o intuito de difundir a literatura fantástica nacional, o Livros Fantasia.

De cara já se encontram resenhas curtas de três livros: “Além da Terra do Gelo“,  do Victor Maduro, um escritor que anda trabalhando sério para divulgar sua obra; “Filhos de Galagah“, do já comentado Leandro Reis, autor de livros e sósia do Christopher Paolini nas horas vagas; e, bom… “Dragões de Éter“.

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(Jogo dos 7 Erros! Christopher Paolini e seu sósia Leandro Reis, ou vice-versa…)

Fica a dica.

Enjoy.

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DRAGÕES DE ÉTER

Dragões de Éter – Caçadores de Bruxas

Neste livro Raphael Draccon nos força a abrir um baú em nossa mente e resgatar de lá personagens de contos de fadas há muito tempo esquecidos por nós. Tenho certeza que você nunca mais enxergará essas histórias com os mesmos olhos.

Este livro foi lançado em 2007 pela editora planeta e esse ano sai o segundo volume, Dragões de Éter – Corações de Neve.

É mais um autor brasileiro envolvido em nosso mundo fantástico, o que por si só já valeria a aquisição de um exemplar, mas o livro também traz uma história envolvente e cativante que merece ser conhecida.

Para mais informações sobre o livro acesse:
http://www.raphaeldraccon.com/

Dragões de Éter – Leitor escala o elenco…

O leitor “Melchior” escalou a lista dos atores que acredita se encaixarem melhor nos papéis principais de “Dragões de Éter”.

E não é que a lista do rapaz ficou boa? :)

Enjoy.

***

Axel Branford – Chace Crawford

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Maria Hanson – Camilla Belle

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João Hanson – Haley Joel Osment

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Snail Galford – Derek Luke

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Liriel Gabbiani – Eliza Dushku

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Ariane Narin – Dakota Fanning

http://www.mannythemovieguy.com/images/dakota_fanning_jane_volturi_new_moon.jpg

Jamil Coração de Crocodilo – Josh Harnett

http://www.nndb.com/people/064/000022995/josh-hartnett.jpg

E, claro, com o compreensível detalhe de que “Mestre Anão Ira” e o “troll Moonwarkston” deveriam ser criados com computação gráfica.

Eu gostei da lista dele. Alguém mais se arrisca?

Sonhem conosco.

Susan Boyle…

Você já ouviu falar de Susan Boyle?

Bom, até hoje, eu e o mundo inteiro estávamos juntos com você nessa.

Entretanto, Susan, uma desempregada de 47 anos, moradora de um vilarejo, hoje já possui um vídeo com mais de 100 milhões (!) de visualizações ao longo de sites de exibições da web.

E como ela conseguiu isso? Fácil; sendo a maior surpresa que o “American Idol” inglês já produziu na história do programa.

O vídeo abaixo arrepia, e por diversos motivos.

Arrepia porque vemos uma mulher mal vestida e com nenhuma aparência de modelo, colocar a cara à tapa diante do mundo e de uma platéia luxuosa que debocha dela à princípio.

Arrepia porque vemos uma pessoa acreditar ser capaz de realizar um sonho, sem se importar com idade ou condições (”tudo que eu quero é uma chance”, ela chega a dizer).

Arrepia porque vemos uma pessoa não apenas interpretar, mas viver uma música (repare como a letra de “I dreamed a dream” é como se fosse um desabafo da própria Susan em relação à sua própria vida).

E arrepia porque Susan tem uma voz capaz de fazer anjos ligados à música pararem de tocar harpas, apenas para lhe perguntar se ela pode lhes ensinar alguma coisa.

Não acredita?

Arrepie-se. Inspire-se.

E, feito uma platéia que teve muito a aprender naquela noite, aplauda de pé…

Axel (Rose) Branford?

Mensagem curiosa sobre o personagem Axel Branford, o mais popular da série “Dragões de Éter’.

Eu li Dragões de Éter, recomendado por um amigo…

Lá tem um monte de citações modernas a Caverna do Dragão, Final Fantasy, O Senhor dos Anéis etc…

Mas o que até me irritou um pouco foi a citação a artistas. Tem uma estrela chamada Cobain que se apaga no momento em que brilha mais. É uma metáfora bem clara.

Mas até aí tudo bem, o problema é que tem uma personagem chamada Axel. É uma referência óbvia a Axel Rose, e fica ainda mais claro quando ele o descreve. O problema é que eu não consegui me afeiçoar ao Axel do livro, por que toda vez que eu lia, lembrava do Axel Rose. Entendem? O Axel Branford não fixou nenhuma personalidade, nem originalidade… Então foi um personagem estereotipado e tal…

Por isso acho que tinha que criar nomes ou não fazer algo tão óbvio assim.

The Pretender.

Interessante tópico porque não é a primeira vez que questionam sobre a possível existência de uma relação entre o roqueiro Axel Rose e o personagem Axel Branford, e, provavelmente, não será a última.

E é bem interessante a opinião do leitor The Pretender porque só mostra o poder que uma obra tem sobre o imaginário coletivo, a ponto de um autor não poder nunca se dizer senhor absoluto sobre ela.

Bom, respondendo de forma direta: Axel Branford  não tem relação nenhuma com Axel Rose.

Sobre a estrela de Cobain, ela está dentro do contexto do cenário da história.

Ao longo da narrativa é estabelecida a relação entre personagens e semideuses, e sobre como os seres daquela terra reverenciam aqueles que lhes dão vida.

Logo, nossas “estrelas” aqui se tornam, literalmente, estrelas dos céus de Nova Ether, e brilham mais forte de acordo com o sentimento que domina o personagem que olha para o céu naquele momento.

Existe uma relação entre esse conceito e a cultura do universo esotérico de fadas também.

Existe a estrela de Cobain, como existe a estrela de Blake e tantas outras milhares que reverberam o motivo do brilho do astro.

Isso não vem de hoje; existem culturas milenares que já acreditavam que as almas das pessoas que morriam se tornavam estrelas que olhavam pelas pessoas que ficavam.

(o pai do Rei Leão quando morreu, virou estrela para mandar o filho fazer sexo para procriar a espécie…)

Já sobre Axel Rose, afirmo que não existe relação alguma com Axel Branford por um motivo bem direto: nunca simpatizei com Axel Rose, nem nunca fui fã, ou mesmo ouvinte, do Guns.

Nada contra a banda, obviamente; eles têm estilo e marcaram época de maneira indiscutível. É uma questão de gosto pessoal apenas.

Na verdade, gosto do nome “Axel” por ser um interessante anagrama de “Alex”. Se um dia vier a ser pai de um filho homem, provavelmente vou tentar convencer a mãe a chamá-lo assim.

A primeira vez que escutei esse nome foi na infância, devido ao jogo “Streets of Rage”.

Eu nunca fui fã do game exatamente em si; na verdade, nunca tive nem um Mega Drive; fui dos que preferiram um Super Nintendo.

Logo, como cenário minha infância foi marcada mesmo por “Final Fight”; o game de “luta de rua” mais carismático da história, capaz de fazer qualquer garoto da minha geração tremer só de escutar as músicas, ou a risada diabólica do chefe da Primeira Fase com a filha do Haggar nos braços (ah, vamos, se viveu a época, você se lembra daquele chefão style de óculos escuros, dredlocks loiros e visual punk dos anos 80, antes da fase do metrô).

Mas sobre “Streets Of Rage”, eu não simpatizava com a jogabilidade, mas era fã de dos personagens principais originais: os policiais Axel Stone, Adam Hunter e Blaze Fielding.

Axel era o herói byroniano que todo moleque gostava de se identificar;  Adam era um herói negro, o que achava um barato porque na época isso não era tão comum em games; e Blaze… ah, Blaze! <3

E nunca havia parado para pensar nisso, mas o príncipe de Arzallum, analisando hoje, tem muito da lembrança inconsciente que tinha do visual do personagem Axel Stone.

Já as ataduras e o jeito de pugilista, provavelmente vieram da lembrança que tinha do personagem Cody, do Final Fight.

Compare os dois personagens, com essa visão em mangá de Axel Branford, na visão do artista Vinny Cucinelo (que se parece em muito com a visão que eu tenho também) abaixo, e nós poderemos ver – até para minha própria surpresa – como ele parece, visualmente, uma mescla dos dois personagens.

O nome “Axel”, pelo menos para mim, remete a uma pessoa forte, como o personagem precisava ser. Porque o vejo como se o remetesse a “machado” (”Axe”), ou mais especificamente, a “alguém forte como um machado”.

E é por isso que o príncipe pugilista de Arzallum foi batizado assim.

Assim sendo, é impressionante como a infância e a adolescência marcam realmente o consciente e o inconsciente de uma pessoa.

Dessa forma…

É uma referência óbvia a Axel Rose, e fica ainda mais claro quando ele o descreve.

… eu nunca imaginei Axel Rose ao descrever Axel Branford.

O leitor The Pretender então sofreu suas próprias influências, baseadas nas referências pessoais diretas e indiretas ao longo de sua própria vida, para assim visualizar o Axel da mente dele.

E, comparando os dois, quem dirá que Axel Branford também não poderia mesmo ter o visual do roqueiro?

Logo, mais uma vez reafirmo: é isso que faz da literatura algo tão fascinante.

E é por isso que Nova Ether jamais morrerá enquanto houver ao menos um semideus lhe dando vida.

Bom, ao menos de uma coisa tenho certeza: seja quem vier a ser a mãe daquela criança hipotética citada lá em cima, acredito que ela terá de aguentar uma casa bem barulhenta.

Afinal, por mais irônico que possa ser a citação diante de todo esse raciocínio, “Axel Draccon”, no fundo, não tem um baita jeito de nome de futuro rock star?

ps: em “Dragões de Éter – Corações de Neve”, que chega em breve, Axel Branford passa por provações inacreditáveis. Acredite; apenas o motivo que fez Anísio Branford seguir para as Sete Montanhas de Arzallum já vale o ingresso…

E afirmo isso com risadas robóticas maquiavélicas em mono sounds inesquecíveis…

O Rei, a Rainha e o Pequeno Príncipe

“O  Rei, a Rainha e o Pequeno Príncipe” foi uma roteiro de um curta bem curto mesmo, que escrevi como exercício para ser filmado em uma única locação e com três atores.

Ele foi baseado em três histórias reais, que adaptei e juntei em uma só. O roteiro não chegou a ser filmado, e rendeu um bom texto como conto, com as devidas adaptações.

Para quem tiver curiosidade, o texto está abaixo.

Enjoy.

***

 

Era uma vez uma casa de uma família real. Naquele momento, o casal de reis discutia:

— Claro que é, Renato! Deixa de ser cabeçudo! Por que você não dá o braço a torcer?
— Não, não adianta você argumentar! Nada na vida é 100%!
— Tudo na vida é 100%, Renato!
— NADA na vida é 100%, que-ri-da!
— Ai, como você é irritante!

Eles riram. Foi quando ele, o rei, escutou uma voz tão plácida, que muitos santos iniciariam jornadas espirituais para que suas almas alcançassem apenas a metade daquela pureza.

— Perdoai nossas ofensas, assim como nós perdoamos os ofendidos…

O rei observou de longe o pequeno príncipe. Não havia mais de seis anos que as fadas haviam levado aquele garoto até aquela casa. [mas...].

Mas ele já o amava há muito mais tempo que isso.

— E não nos deixei cair em tentação, mas nos livramos do mal, amém!

O rei já ia se afastando do quarto do filho. [mas...]. Mas a pequena alteza percebeu.

— Pai!
— Que foi, filho?
— Senta aí, pai! Eu tô com algumas dúvidas!

E diante daquele jeito decidido, o rei perguntou às mesmas fadas quanto tempo uma criança hoje precisava para alcançar a chamada maturidade.

— Pois não?
— Ô pai, será que Deus escuta quando eu rezo?
— Hein?
— É, pai! Porque eu tô achando que Ele não me escuta! Será que eu tô rezando baixo demais?
— (…) Não, filho! Claro que não. Deus escuta todo mundo.
— Mas Ele não mora na igreja?
— Não. Quem te disse isso?
— O padre, ora bolas! Lá não é a Casa de Deus? Então Ele deve morar lá.
— Bom… faz sentido. Mas e daí?
— E daí que… será que Ele me escuta se eu rezar aqui, fora da igreja?
— Charles, a Casa de Deus é em todo lugar! Ele mora no Céu!
— Pô, pai! Mas então por que que dizem que a igreja é a casa Dele?
— Ora, porque… porque… por que que você não pergunta pro padre?
— Porque você não quis pagar o catecismo, esqueceu?
— Ah, é?… Ah é, né? Bom…

O rei se levantou para deixar o aposento. [mas...]. Mas não iria escapar tão facilmente assim.

— Ô pai! Onde você vai? Eu não acabei não! Eu tenho mais dúvidas!

O rei sentou-se como se fosse um súdito, com uma expressão cômica digna de um bufão. Do lado de fora, a rainha se divertia com o que escutava.

— Sou todo ouvidos!
— Vem cá! E se o nosso vizinho rezar ao mesmo tempo que eu?
— Que que tem?
— Como é que Deus vai escutar os dois ao mesmo tempo, pai?
— Como? Ora essa! Deus é Deus, rapaz! Ele consegue!
— Pô, mas e se eu rezar aqui agora, e um outro menino rezar ao mesmo tempo em… TAIWAN?
— Hein? Você conhece Taiwan?
— Eu vi na Discovery!
— Ah… — e definitivamente existem comentários que podem deixar um rei boquiaberto.
— Mas, pai, você tá me enrolando!
— Eu?
— É, você ainda não me disse como Ele faz pra escutar aqui e em Taiwan ao mesmo tempo!
— Charles, Deus criou o mundo não criou? Então Ele tem poder pra estar em todo lugar!
— Não, senhor, pai! Até pra criar o mundo Ele levou sete dias! Como é que Ele pode então estar no mundo inteiro ao mesmo tempo?
— É… — ele se perguntava aonde estavam os benditos sábios do palácio. — É complexo conversar contigo, né, guri?
— E tem MAIS!
— Ah, não duvido…
— Se eu rezar em português, um chinês rezar em chinês, e um taiunandês rezar em taiunandês, como é que ele vai entender tudo ao mesmo tempo, pai?
— Como é que ele vai entender, né?… É… Bom… O Homem é poliglota! Ele fala todos os idiomas.
— Ah, e quando eu falo com Ele, Ele também fala comigo?
— Claro!
— Então aí é que tá! Se Ele fala comigo, por que que eu não escuto? E se Ele me escuta aqui… e escuta outro menino em Taiwan… e, como você mesmo disse, Ele mora no Céu, então… caraca! Ele é um GIGANTE! E se ele é um gigante, COMO eu não vejo ele, pai?
—…
— E aí, pai?
—…
— PAI??
— Quer saber? Mudei de idéia! Eu vou pagar TODAS as mensalidades do curso de catecismo! Amanhã mesmo!
— Sério, pai?
— Sim. Mas pra isso você tem de dormir pra estar sem sono amanhã, não é?
— Hum… certo! Tá bom. Dessa vez passa. Boa noite então, pai!

O rei deitou o pequeno príncipe na cama real. Observou-o como se fosse aquele pequeno mais precioso do que todo o ouro de seu país.

E ele era.

— Boa noite. Dorme com Deus…

O rei agradeceu, no silêncio do que não precisa ser dito, a cada fada, ao deixar aquele quarto, quando do lado de fora uma rainha o esperava.

— E aí, cabeçudo? Vai, me fala: quantos por cento você ama seu filho?

O rei abaixou a cabeça. De vez em quando, até mesmo ele tinha de curvar a própria coroa.

— Muito; muito mais do que 100%…

p.s. do vendedor de sonhos: eles não viveram felizes para sempre. Mas mesmo nos momentos mais duros, e diante das situações mais difíceis, eles se mantiveram juntos e superaram a tudo como se vivessem.