Orgulho Nerd
Hoje é o Dia Mundial do Orgulho Nerd!
E não adianta quererem criticar; os nerds hoje comandam o mundo.
Ninguém – mesmo o troglodita mais bombado da sua academia – não vive hoje sem celular, iphone, msn, orkut, facebook, youtube, twitter, blue-ray, blog, playstation, e sabe-se lá mais o que vier a tomar vida por causa de um geek (o nerd viciado em tecnologia).
O cinema se rendeu às adaptações de quadrinhos. Os acionistas tiveram de admitir que a indústria de games é a indústria de entretenimentos mais lucrativa do mundo. A presença de Neil Gaiman já causa rebuliços maiores do que determinados rock stars. Mangás de Naruto entraram na lista dos livros mais vendidos do New York Times!
Logo, aquele sujeito que apanhava na escola, sendo humilhado todos os dias pelos valentões porque usava bermuda na altura do umbigo e era buscado na escola pela avó, hoje são chefes de websites e corporações de milhões de dólares! E na maioria das vezes, antes dos 30!
(jogador de futebol? Não, a boa agora é ser geek…)
Até mesmo a fantasia, que antes era algo renegado a grupos nerds do meio rpgístico (ouvi falar de “Senhor dos Anéis” na sexta série, quando era um pirralho pré-adolescente e o livro era cult; em vez de pop), hoje é o estilo literário mais popular do mundo. Harry Potter chegou; Crepúsculo hoje comanda; e os eventos de Anime e seus Cosplayers são mais requisitados do que a presença de políticos em CPIs.
O homem mais rico do mundo (não por acaso) é o maior geek do mundo.
(nesse exato momento, para ler isso aqui você está usando alguma coisa que esse cara descobriu…)
As mulheres mais quentes de Hollywood estão admitindo serem fãs de quadrinhos, e pedindo para interpretarem as heroínas.
(é, ela não apenas estrelou Transformers; ela é nerd assumida…)
E o presidente mais poderoso do mundo não apenas é um nerd assumido, como foi salvo pelo Homem-Aranha…
… e estrelou uma edição própria como um poderoso bárbaro.
(é, é ele mesmo…)
O que eu posso concluir com isso? É maravilhoso viver para ver essa revolução.
Eu nunca tive o esteriótipo físico nerd na adolescência; aos 12 anos já era instrutor de artes marciais, aos 16 era artilheiro do meu time de futebol, aos 17 erguia 60 quilos em supino de academia, e não tenho tanta dificuldades em trocar com uma mulher quanto o esteriótipo nerd impõe.
(é, exemplo clássico de estereótipo nerd…)
Mas meu coração não podia dizer o mesmo.
Já troquei muitas programas, mais ou menos importantes de acordos com a idade, por madrugadas de Final Fantasy, histórias de Robert E. Howard, HQs dos Novos Titãs, reprises gravadas em VHS de Cavaleiros do Zodíaco e Batman – The Animated Serie, campanhas de Dungeons & Dragons, batalhas épicas de G.I. Joes, e escrita de contos imprecisos e roteiros com falhas de estrutura, mas diálogos espertos, de fanfictions.
E curioso que, hoje, a impressão que eu tenho é que minha vida não mudou tanto. Apenas as brincadeiras amadureceram um pouco, e passei a ser pago para jogá-las e cobrado por resultados.
Segue abaixo os direitos e deveres do Manifesto Mundial desse dia, com comentários extras by myself.
Enjoy.
- Direitos:
- O direito de ser ainda mais nerd.É óbvio; ou do contrário de onde virá a evolução tecnólógica dessa planeta? Da casa do BBB?
- O direito de não sair de casa. As garotas podem vir até seu cafofo conhecer seu douby surround…
- O direito de não gostar de futebol ou de qualquer outro esporte.Ou de jogá-los no Supernes ou Playstation…
- O direito de se associar a outros nerds.Pois para isso um nerd árabe criou o Orkut…
- O direito de ter poucos (ou nenhum) amigo. Já que o Second Life é virtual…
- O direito de ter tantos amigos nerds quanto quiser.Pois ninguém comanda o mundo sozinho, e futura fusões de empresas são essenciais para o crescimento dos negócios…
- O direito de não ter que estar “no estilo”.O que por si só já se traduz em um estilo…
- O direito ao sobrepeso (ou subpeso) e de ter problemas de vista.Pois não existe nerd feio; existe nerd pobre…
- O direito de expressar sua nerdice.E ganhar dinheiro com ela…
- O direito de dominar o mundo.Exercido muito bem.
- Deveres
- Ser nerd, não importa o quê. Afinal, a vida precisa ter graça…
- Tentar ser mais nerd do que qualquer um. Pois a concorrência hoje já está absurda sem as cotas de reserva de vagas…
- Se há uma discussão sobre um assunto nerd, você tem que dar sua opinião. Ou isso vai se acumular no seu corpo e gerar câncer…
- Guardar todo e qualquer objeto nerd que você tenha. No futuro eles irão valer milhares de dólares no e-bay...
- Fazer todo o possível para exibir seus objetos nerds como se fosse um “museu da nerdice”. Pois a arte não foi feita para ser guardada…
- Não ser um nerd genérico. Você tem que ser especialista em algo. Já que é com isso que irá ganhar dinheiro.
- Assistir a qualquer filme nerd na noite de estréia e comprar qualquer livro nerd antes de todo mundo. Pois você tem de ser o primeiro a escrever no seu blog sobre a qualidade da adaptação!
- Esperar na fila em toda noite de estréia. Se puder ir fantasiado, ou pelo menos com uma camisa relacionada ao tema, melhor ainda. E ainda ser fotografado para o Omelete, o Jovem Nerd, a Herói ou a Dragão Brasil…
- Não perder seu tempo em nada que não seja relacionado à nerdice. Ou seja: arrume garotas nerds!
- Tentar dominar o mundo! Exercido muito bem.
Certo, não levem esse Manifesto tão a sério.
Devemos ser nerds, devemos ser geeks, mas esportes, artes marciais ou qualquer outra arte como forma de expressão, e encontros com o sexo oposto não apenas são extremamente prazerosos, como expandem a criatividade para expandir e revolucionar o universo afronerdístico.
O fato é que o mundo já é dos nerds.
E quer saber? Eu tenho o maior orgulho disso…
Da série: Draccon, como publico um livro?
Boa noite.
Sou ana paula,e vim apenas pedir uma opiniao,de uma escritora que quer engreçar na carreira e nao sabe que caminho tomar,para um escritor que acabou de conseguir esse feito.Alias Admiro seu feito.
Escrevi um livro,e assim como o seu trata de um mundo de empolgaçao,onde o sangue pulsa junto com o livro a cada pagina,fazendo nossa mente viajar nas letras,e quando retira seus olhos das paginas,confundi o real com o irreal.
Nao pense contudo que estou me vangloriando,estou redigindo as palavras do meu critico literario,o qual leu, e antes de aprovar,achou muitos defeitos.Nao quero que pense porem que sou apenas mais uma tola que fica te amolando,pois imagino que ajam varias desde que lançou sua obra.
Quero apenas perguntar quais foram os meios que voce usou para conseguir esse admiravel feito de editar seu livro.? Estou perguntando porque tenho duvidas,duvidas que imagino que voce ja tenha tido algum dia enquanto escrevia,duvidas de falha,ideias de deistencia.
Nao tenho muito credito no mundo das ediçoes.Recebi aquela bela cartinha de negaçao,antes mesmo de lerem meu original,ou qualquer outra coisa arrespeito do meu livro,nem um resuminho.Porque nao sou o tipo de escritora exemplo.Nao tenho espaço no mescado dos escritores porque tenho dezeseis anos de idade,e mais de uma vez,ja me disseram que nao tem como transformar a arte de ser escritor,como uma criança tentando assumir esse papel.Tiraram meu sonho,mas como muitos nao deisti.
Nao quero fama,dinheiro ou gloria,porque acho que qualquer outra profissao pode me trazer isso se e dedicar.Quero porem apenas o prazer de ver minha obra na estante junto com outras esperando para ser apreciada,prnta para tranportar alguem para esse novo mundo,o mundo que eu criei,meu mundo.
Acho que é isso que todo autor quer sentir…
Mas achei injusto colocarem minha falta de esperiencia como barreira,sendo que a obra é boa.
Entao queria saber se voce conhece outro meio de fazer isso ?sei la! uma outra editora queapoia os jovens,ou coisa parecida.Ja pensei em editar por conta propria,mas meus pais nao apoiam,falam que é perda de tempo.
Queria apenas uma orientaçao…
Desculpe estar encomodando….
desde ja agradeço…
Ana
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E ae Raphael, tudo em cima? Me chamo Américo, sou desenhista, roterista e nas horas vagas historiador e arqueologo (ou será o contrário? As vezes me confundo…), trabalho com quadrinhos a mais de seis anos, jogo RPG a 14 e escrevo quadrinhos e roteiros a 4.Bem, vamos a historia então. Bem, estava eu hoje andando pelo Taguatinga Shopping (em Brasília, minha terrinha) e, como de costume fui a livraria (minha segunda casa), entre olhar os livros infanto-juvenis, outros envolvendo contos de fadas e literatura fantastica e entre os livros de RPG, encontrei por acaso do destino seu livro. Li a contracapa, li as abas e corri para compra-lo.A um ano e meio eu montei um projeto, com a inteção de escrever uma serie de 5 livros, estou ainda escrevendo o meu primeiro, depois de já ter escrevido muito sobre a ambientalização, costumes, cultura e principalmente: de cada personagem. (…)
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Grande Rafael,
(…) Sobre teu livro, ainda não tive oportunidade de lê-lo. Mas, pretendo fazer isto em breve. (…) Caso possa, gostaria muito de ler a resenha que enviastes para a editora Planeta e que seduziu todo o departamento editorial dela. Também gostaria que me falasse do processo que antecedeu a publicação do livro. Coisas simples como o período de espera, os primeiros contatos, os detalhes da edição, revisão, as sugestões de enredo que eles te recomendaram e quais aceitastes. Acredito que todo mundo tem curiosidade para entender esse processo. (…)
Um grande abraço e muito sucesso,
Eldes.
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Oi , e um grande prazer poder falar com voce por e-mail. Gostaria de fazer algumas perguntas sobre seu livro Dragoes de Eter, eu amo historia com o tema fantasia, e escrevo historias com este tema, amo historias medievais tambem e recentemente criei uma que envolve ambos. Sei que voce e muito ocupado e pode nao responder a este e-mail, mas se possivel gostaria de tirar algumas duvidas com voce sobre uma publicacao futuramente.Sei que o caminho e longo e cheio de armadilhas, mas eu nunca vou saber se eu nao tentar, este e o legado de um guerreiro em busca de seus sonhos, honra e gloria.
Agradeco pela atencao.
Elzani
Essas são apenas algumas mensagens recolhidas de maneira rápida por aqui dentre as muitas que tocam no mesmo assunto: escritores ainda não publicados pedindo conselhos a escritores que caminharam um pouco mais à frente do mesmo caminho que querem trilhar.
Isso é natural: eu recebo tais mensagens, como André Vianco recebe, como Thalita Rebouças recebe, como Stephen King ou Neil Gaiman receberão até depois da morte (não duvide de nada em se tratando de escritores fantásticos).
O fato é que não há uma regra; cada escritor chega lá por um caminho completamente diferente do outro. E se você chegar lá, provavelmente o seu caminho também será bem original. O que podemos fazer é relatar um pouco de nossas experiências, ou do que aprendemos com nossas experiências, com o intuito de que você tenha suas próprias idéias de como fazer isso.
As dúvidas que todos têm já foram também as minhas antigamente, e, para o bem ou para o mal, as respostas até hoje ainda permanecem as mesmas de qualquer época.
Bom, o que eu teria a dizer então…
Eu poderia lhe dizer que é preciso ler muito, mas qualquer um poderá lhe dizer isso, até mesmo quem nunca publicou um livro. E se isso é preciso ser dito a você, provavelmente você não nasceu para escrever profissionalmente.
Eu poderia dizer que você não deve desistir e que se acreditar de verdade no seu sonho no fim tudo vai dar certo, e que se ainda não deu certo é porque não chegou ao fim. Mas escolha qualquer livro na lista dos mais vendidos de auto-ajuda, e ele irá lhe dizer coisas assim de maneiras muito melhores do que eu (e se estão naquela lista é porque funcionaram para os seus autores).
De fato, eu poderia dizer um monte de coisas que você irá encontrar (e já deve ter encontrado) pela web de outros escritores ou editores comentando sobre o mercado editorial brasileiro.
Dessa forma, o que poderia lhe dizer de diferente?
Bom, vou ter um ataque de sinceridade, e dizer coisas que podem poupar seu tempo de investir nessa profissão realmente ou não. Vamos lá.
***
Você, como escritor amador, vai ser recusado em praticamente todas as editoras que enviar sua obra, e a maioria delas nem vai ler seu original (e não as culpe; o número recebido por semana é estupidamente espetacular), e isso não importa quantos anos você tenha.
As pessoas não o levarão a sério, e até a maior parte da sua família vai fazer pressão para você arrumar um emprego de verdade. Nas reuniões familiares, eles olharão de relance para você exatamente com o mesmo olhar de desgosto que um vizinho ateu dedicaria a um evangélico que fosse à porta dele pregar a palavra de um Deus. E se assim não o for, provavelmente será com o olhar de nojo com que um civil se depara com o corpo de um alienígena sendo preparado para a autópsia.
Não importa qual deles seja escolhido na mesa de jantar; nenhum dos dois será agradável.
E ouça sua família: você realmente vai precisar de um emprego secundário até seu livro vender o suficiente (se ele vender o suficiente).
Você vai precisar ser escritor de mais de um livro.
Você vai precisar ser seu principal divulgador.
Você vai precisar falar de temas que conhece, e de uma forma que ninguém tenha feito antes.
Você vai precisar não ter sido uma criança normal.
Vai ter de aprender na marra que uma técnica própria lhe fará um bom escritor. Um universo próprio que só você possa alimentar lhe fará um autor.
Você precisará gostar do mundo. Ou odiar o mundo. Mas em hipótese alguma ser indiferente a ele.
Você encontrará gente falando mal do seu trabalho antes mesmo que ele chegue às livrarias.
Você terá de entender que toda dificuldade faz parte do processo. Você precisa ser testado até o limite, até querer desistir, para saber se você merece. Também é preciso muita; muita paciência. “Dragões” levou 4 anos para ser publicado a partir do momento em que foi finalizado, e esse é um tempo até relativamente curto do que é possível se esperar.
Você irá ganhar maturidade e experiência nesse tempo de espera.
Faça um dossiê da sua obra. Anexe nela comentários críticos, desde que sejam de profissionais de leitura crítica, e quaisquer documentos que comprovem que existe um público que consome o que você escreve. Use a internet; crie um blog.
Entretanto, não leve a internet tão a sério. Se você passa mais tempo por semana em discussões inúteis de comunidades virtuais do que no Word, então você não nasceu para o mercado editorial profissional.
Preocupe-se com o seu trabalho; seus colegas escritores se preocupam com os deles. E dessa forma todo o mundo fica feliz e ninguém precisa fingir simpatia quando se cruzar em eventos.
Peça a opinião de leitores críticos, mas também não leve tudo muito a sério. Quando você pede opinião a alguém, a outra parte se sente na obrigação de criticar qualquer coisa. E às vezes ela estará certa; como às vezes estará forçando um conhecimento apenas para parecer que mereceu ter sido escolhida. E se as pessoas soubessem com tanta certeza o que será um sucesso ou não no mercado editorial, elas seriam editores de sucesso ou estariam publicadas primeiro do que você.
Você precisará entender que todo o mundo escreve um livro, planta uma árvore e tem um filho. Mas nem todo o mundo nasceu para ser romancista, jardineiro ou assistente social por causa disso.
Se você quer escrever sem o intuito de vender livros, apenas “por amor à camisa”, junte dinheiro para publicá-los por conta própria e distribuir entre os familiares. Nem chegue perto da selva do mercado editorial de verdade. Do contrário ele não se chamaria “mercado”, se chamaria “ong editorial”.
Você tem de entender que é caro para uma editora lançar um livro. E que quanto maior a tiragem, maior a pressão para que você devolva o investimento deles. E que se você não devolver o investimento deles, você morreu no mercado editorial.
Você tem de provar aos editores porque o seu livro vai vender (ainda que seu livro tenha uma qualidade literária excepcional e indiscutível), e porque eles devem escolher você no meio de milhares que querem a mesma vaga. Se você souber responder isso, aliás, já está na frente da maioria.
Você terá de entender que não importa quantos anos você tem, importa como você aproveitou esses anos. E que ninguém pode tirar de você o que já está dentro de você. Mas que, para isso, é preciso ter alguma coisa dentro de você.
***
Bom, é basicamente isso que eu tinha a lhe dizer.
O resto você mesmo irá descobrir.
Agora, se sabendo de tudo isso você quiser insistir, e se, contrariando todas as leis da física, você conseguir ser publicado, não morrer no primeiro livro e sobreviver ao mercado editorial, aí, meu amigo, prepare-se que a sua vida começará a mudar.
Afinal, ao menos as reuniões familiares e seus olhares de relance já lhe passarão a ser muito, mas muito mais interessantes…
Aprendiz de Escritor
Comentário de Bruno Cobbi sobre o texto: Axel (Rose) Branford?:
Draccon,
Quer dizer que eu não fui o único que lembrei do Axel do SoR quando conheci o Mr. Branford?
Ah, estão vendo?
Cobbi faz parte da geração que treme só de escutar aquela risada monosound do chefão estiloso da gangue Mad Gear, que sequestra a filha do Haggar em “Final Fight”.
E agora talvez alguns de vocês se perguntem: ok, mas, afinal de contas, quem diabos é Bruno Cobbi?
Bom, se você não conhece o rapaz, trata-se de um escritor muito bem-humorado e que nunca tira uma foto normal, editor de blog de RPG, e se não me engano, a quem fiquei devendo uma entrevista em poadcast (e se não foi para Cobbi, infelizmente não faço a menor idéia de para quem então…).
Anyway, Cobbi estreou na literatura através da coleção “Paradigmas” – que reúne contos de gente boa, como o Eric Novello e a Cristina Lasaitis, a melhor escritora de ficção científica do país (não que ela tenha real concorrência, mas ela realmente é ótima) – e que possui um blog igualmente bem-humorado e de visual bastante simpático, que eu visitaria se fosse você: o Aprendiz de Escritor.
É mais um escritor que busca seu próprio caminho, estuda e se dedica para tal, e merece os melhores ventos.
Fica a dica.
Sonhem conosco.
X-Men Origens: Wolverine
“X-Men Origens: Wolverine” é um filme de trailer.
Logo, se você está em dúvida entre assisti-lo ou não, e já assistiu ao trailer, sem problemas: você já assistiu às melhores partes.
Quando você pega um diretor ainda pouco (re)conhecido, como Gavin Hood no caso, e descobre que lhe entregaram nas mãos um blockbuster, isso significa que os produtores querem o controle total sobre o filme, e um diretor que não bata de frente com isso (ou alguém vai dizer a um “Spielberg” ou “Tarantino” o que ele tem de fazer no set?).
Os produtores dizem “sim” ou “não” a tudo, inclusive aos atores e aos cortes da edição final. O diretor se torna apenas “o cara que manda ligar as câmeras”, e se reclamar demais ele também é demitido, e trocado por outro que vá até lá… bom… “mandar ligar as câmeras de novo”.
Em “Wolverine” isso é claro. Sabe-se que os produtores não gostaram do filme entregue por Gavin Hood e exigiram que “as câmeras fossem ligadas” novamente para filmar cenas extras e “melhorar” o produto final.
O resultado é o de sempre quando falamos em filmes comandados por produtores: muito barulho, pouco sangue (afinal, tem de pegar a censura adolescente), um fiapo de roteiro e mais barulho.
Talvez se “Wolverine” fosse lançado na década de 90, ele passaria como mais um típico filme de heróis, dos quais só se esparava mesmo barulho e alguns diálogos até a próxima explosão.
Entretanto, depois do reinício da franquia de “Batman”, depois dos X-Men de Bryan Singer (ou seja, só até o segundo filme), e depois do início da franquia do “Homem de Ferro”, é difícil voltar a olhar para filmes de super-heróis construídos sobre histórias que beiram ao infantil.
(olha a cara do Batman e do Coringa assistindo a “X-Men Origens: Wolverine”…)
Para começar, um filme que escala Ryan Reynolds (conhecido por comédias que agradam aos americanos) e o rapper Will.I.Am. já não está se levando a sério. Aliás, a impressão que se tem é que o rapper a qualquer momento vai começar a cantar: “se a bunda dela é grande, então é porque é grande igual a da mama!”.
(olha como os produtores de “Wolverine” levam a seleção de elenco a sério…)
Na verdade, já que era para seguir por esse caminho de não levar os coadjuvantes a sério,ao invés de um Deadpool tomando vitamina de mutante, seria muito mais cool se Hugh Jackman enfrentasse o X-Madruga!
E parece que ninguém aprendeu nada com as lições de “Home-Aranha 4″ e “X-Men 3″: muitos personagens; pouca atenção.
Buscando formas de lucrar com outras franquias, diversos personagens vão aparecendo em passagens relâmpagos (como Deadpool, que, surpreendentemente, já recebeu o sinal verde para um filme próprio), Cíclope (cuja participação do ator substituto deve ter sido improvisada, porque nem ele mesmo sabe o que deveria fazer ali) ou Gambit (personagem querido pelos fãs – eu mesmo sempre o considerei meu X-Man preferido – mas neste filme em uma aparição completamente sem sentido para história contada).
(Tem sempre de espremer pra caber todo mundo nas fotos de “X-Men Origens: Wolverine”)
Aliás, o Gambit do filme só é o Gambit porque o chamam assim. É um fato: o ator escolhido não é Gambit, nem tem a postura do personagem.
O Gambit de “Wolverine” não tem aquele jeito canalha característico, não fuma olhando de lado no estilo filme noir (é um filme adolescente…); não tem nem mesmo o sotaque francês (é mole?)! A única coisa que ele faz é virar um anime, fazendo seu bastão de “pirucóptero” (ô nome de brinquedo esquisito…).
(a arma de Gambit em “X-Men Origens: Wolverine”)
Voltando ao roteiro, está o mesmo de sempre lá: frases infames, que parecem escritas por George Lucas, como: “nós somos irmãos. E irmãos cuidam um do outro”. O velho suspiro do aliado morrendo, que ainda tem tempo de dizer algo antes de empacotar, nem se fala.
E a direção de Gavin Hood, coitado, tem de ir no clichê do roteiro. Se um personagem morre, e, claro, Wolverine tem de ficar abraçado ao corpo gritando: “nãããão!”, tome a velha grua subindo e se afastando para mostrar “a dimensão da dor do personagem”. Se Wolverine está andando e escuta um barulho, nada de uma solução sutil: corre com a câmera para a orelha dele mesmo! Se ele sentir um cheiro diferente, dá um close no nariz dele mexendo!
É como um estagiário de terceiro período de faculdade dirigindo o primeiro curta.
Mas o mais irritante de um roteiro ruim também está lá: achar que o público não raciocina sozinho. Logo, em um momento crucial, Wolverine descobre que o XXXX (certo, você já vai saber disso muitos antes de ser revelado, mas não vou dizer ainda assim) e o Striker estão trabalhando juntos. E então imediatamente está explicado porque outro personagem foi morto.
Mas não para os roteiristas! Wolverine tem de falar em voz alta: “aaaaah, é por isso que XXXX morreu! Para que… YYYYY”. Só faltava virar para a câmera e dizer: “entendeu?”.
(Wolverine ficou assim depois que viu o que fizeram com sua origem no cinema)
Outra história que o roteiro remete, propositadamente ou não, é a de “Mortal Kombat”. Muitas mortes são idênticas aos fatalites (tem até a da coluna vertebral do Sub-Zero), e a motivação que optaram para a relação entre “Dente-de-Sabre” e “Wolverine” é a mesma da relação entre “Scorpion” e “Sub-zero”.
E ainda sinto tonteiras com a cena das balas desvidas pelas katanas.
Quando se pega um filme como “O Procurado”, que não se leva a sério desde o início, então se aceita de forma relaxada esse tipo de abordagem, e se diverte. O problema de “Wolverine” é que ele começa se levando a sério, e então descamba para momentos como esse, com atores que definitivamente estão ali apenas para ganhar o seu e a exposição que um filme desses gera.
A melhor dica: fique com o game. O roteiro é muito melhor (tanto que Hugh Jackman admitiu que quando viu o game, roubou várias falas para o roteiro do filme), e Wolverine está animal como deveria ser, cortando a tudo e a todos e sendo desenvolvido da maneira que merece. Afinal, ele não é um personagem para servir de escada para ninguém.
Logo, é um filme bom de se assistir no DVD, e mais: acompanhado.
Assim, o casal só precisa prestar atenção quando o filme começar a fazer barulho.
E aí sim, “X-Men Origens: Wolverine” vira um bom programa.
“Fotos de Cláudia Leitte”
Desde Janeiro de 2009, eu havia começado a notar algo que me surpreendera.
Sem eu entender bem o porquê, a partir daquele mês as visitas a esse blog haviam praticamente dobrado; poderia dizer até mesmo triplicado, sem uma explicação lógica aparente.
E então, utilizando meu sistema aqui, enfim descobri o motivo. Tratava-se do curioso string de busca em sites de pesquisa: “fotos de Cláudia Leitte“.
Logo, de uma hora para outra, o blog começou a receber o triplo de visitas por causa do texto que havia escrito naquela época: Raphael Draccon & Cláudia Leitte, onde narrei como foi meu processo de criação do roteiro do videoclipe “Bola de Sabão”.
E desde aquele mês então, em TODOS os meses seguintes, “fotos de cláudia leitte” – por incrível que pareça – se mantém como campeão de strings, trazendo visitantes diversos até aqui.
Logo, diante de um cenários desses, o que eu posso fazer? Apenas me render…
Ok, então… vão aqui mais algumas fotos exclusivas de Cláudia Leitte, tiradas com meu celular durante a filmagem…
Se eu encontrar por aqui mais fotos digitais do videoclipe (estão em algum cd de dados aqui, dentre dezenas) com a musa do axé, eu posto.
Afinal, cada fã com a sua mania e seu string de busca, não?
Sonhem conosco.