Deuses também morrem…

http://userserve-ak.last.fm/serve/500/280496/Michael+Jackson.png

E ele se foi.

Em outro post, na época da morte de Heath Ledger, havia comentado sobre como existe uma certa melancolia em ver partir tão cedo jovens extraordinariamente talentosos.

Em casos como dessas estrelas jovens, existe a melancolia, mas compreende-se o fato como realidade.

Em casos como o de Michael, não.

A realidade simplesmente não parece material. Não se explica a psique de quem viu o mito que uma supernova como Michael Jackson fora, que ela simplesmente se apagou.

Afinal, uma energia não pode ser destruída; apenas transformada.

E essa estrela se transformava em tantas faces, mas tantas faces, que era difícil acreditar que se tratava de um ser humano comum.

A atual geração conheceu o Michael dos escândalos e da excessiva e perturbadora perseguição da imprensa, mas da minha geração para as anteriores, o que as pessoas se lembram era do maior artista pop que já pisou nesse planeta.

http://www.8notes.com/wiki/images/Mj872.jpg

Eu não testemunhei a revolução causada pelos Beetles, e ainda que tivesse visto, tenho certeza que colocaria Michael Jackson ainda acima do quarteto como o maior artista pop da história mundial.

Michael não revolucionou apenas o ramo musicial; ele revolucionou o conceito de indústria de entretenimento como um todo.

Seu álbum “Thriller” elevou a mídia a um novo patamar; suas coreografias inovadoras; sua forma própria de ser; seu marketing social; as criações digitais para dar vida a um universo fantástico próprio, digno de um autor de literatura.

Nunca acreditei em uma única acusação de pedofilia contra ele; e sempre estive pouco me lixando para a opinião da imprensa sensacionalista sobre sua carreira ou sua pessoa (ou como cantam os fãs: “fuck the impress, Michael you’re the best“). Existem forças judiciárias e espirituais para julgar inocentes e culpados neste planeta e além dele. E se o nome desse artista para uma pessoa remeter apenas a julgamentos próprios sobre fatos que desconhece, então é com essa pessoa que existem problemas.

O fato é que Michael Jackson simplesmente não era deste planeta; e imagino o quão difícil deva ter sido para ele ter enfrentado a missão de viver por aqui.

Músicas e videoclipes como “Thriller”, “Remember the time”, “Bad”, “Black or White” e, principalmente, “Moonwalker, me deram um fascínio pelo realismo mágico, que me levou a traçar meu caminho atual como escritor.

http://lancedrummondsmusic.files.wordpress.com/2009/03/michael_jackson.jpg

Eu aprendi a dançar “Billie Jean”, e fui mais uma das milhões de crianças ao redor do mundo que arrumou um chapéu para aprender as coreografias de “Smooth Criminal”.

E se bobear, ainda lembro os passos.

Michael nesse momento deve estar se encontrando com Lenon, e os dois provavelmente irão conversar sobre como fora difícil vir a um planeta tão atrasado, e tentar elevar um pouco que fosse a energia vibratória de tal esfera.

Provavelmente eles irão lamentar determinadas atitudes da raça humana em relação a eles, e, principalmente, em relação a si própria.

http://991.com/newgallery/Michael-Jackson-Heal-The-World-349831.jpg

Entretanto, ainda assim eu acredito que quando olharem para baixo, e quando observarem os milhões de adultos que hoje ainda se lembram e agradecem por suas luzes em fases difíceis de serem esquecidas na mente, e mais ainda no coração, eles saberão que todo sacrifício valeu à pena.

A verdade é que hoje Nova Ether ganhou mais uma estrela.

E essa é uma estrela tão forte, que sua luz se traduz em um holofote capaz de cegar uma pessoa se ela não souber observá-la como deveria.

Brilhe em paz, Michael.

http://www.lahiguera.net/musicalia/artistas/michael_jackson/fotos/663/michael_jackson.jpg

Circo de Horrores (Super)Pop

http://www.estadao.com.br/fotos/luciana_guimenez_tvlazer.jpg

Aproveitando que estamos na época de falar de “Território V”, alguém, por algum acaso, assistiu ao Circo de Horrores que Kizzy Ysatis teve de se submeter ontem no… bom… Superpop, da Luciana Gimenez?

O tema era sobre vampiros e, obviamente, ninguém iria querer ouvir falar de literatura; nem os convidados no palco nem os tele-espectadores fora dele.

De novo: era o… bom… Superpop.

Sinceramente,  acreditava que esse programa nem existia mais, mas, pelo visto, existem programas que possuem corpo fechado.

Pobre amigo Kizzy!

Esse tipo de programa costuma preparar ciladas para seus convidados, assim como já fora feito anteriormente com André Vianco no extinto (hum, nem todos têm corpo fechado) Charme , da Adriane Galisteu, em que a apresentadora o apresentou como “vampirólogo”, ainda que nos bastidores ele tivesse dito ao produtor: “cara, eu não vampirólogo, eu sou escritor”.

Com Kizzy foi pior porque Vianco, ao menos, se submeteu apenas a um bloco de programa.

Kizzy teve de aguentar um programa inteiro!

Claramente a produção queria que Kizzy se fizesse passar por “vampiro de verdade”, afirmasse que tinha presas, convocava demônios nas praias de Santos ao lado de macumbas e bebia sangue de cabeças cortadas pelas ruas de São Paulo, enquanto no palco convidados sérios (como a cineasta Liz Vamp, filha de José Mojica) tentavam manter alguma sanidade em meio a outros convidados memoráveis apenas pelas besteiras levantadas como o velho tema: “o RPG invoca o demônio”.

Temas batidos que não dizem mais nada e têm a única e exclusiva função de tentar levantar a mesma polêmica que o vazio se excita, e o valoroso condena.

http://2.bp.blogspot.com/_I9wUQZKHqeQ/R5Zd3vt7GYI/AAAAAAAAAKc/rSGZjMpKA7I/s320/ATgAAACq2lXjf8cj68OAyVi6wvRicJZwTFcqNHyOS-6LlB-JnXL85rdJ0lP6gkI4OA7dALI2UHD1sWaPWDHD-sr2EIxkAJtU9VDWd5YN-3X69kps8MuAM8oS67wxDA.jpg

(Liz Vamp e Kizzy Ysatis! Ontem eles provaram que ao menos suas paciências são imortais…)

Kizzy deve ter deixado a produção louca quando admitiu que não tinha presas nem fazia nenhuma barbaridade do tipo, e que gostava de vinho em vez de sangue.

Um guerreiro esse escritor por suportar até o fim.

Não cheguei a ver sua entrada no palco porque minha resistência chegou à linha de chegada, depois do limite em que se é possível assistir a circos desse tipo. A mente vai ficando enfraquecida, e a gente tem de correr para ler alguma coisa apenas para relembrar como é a vida inteligente.

Como prega o termo “criado” pela apresentadora, arrumar uma forma de sair de um cenário de “obscuridão”.

Admito aqui que eu poderia já ter ido a esse programa anteriormente, mas passei a oportunidade adiante.

Até sou um artista marcial treinado desde a infância, mas existem coisas que, definitivamente, minha resistência não aguentaria até o fim…

Território V – Autores Convidados

Banner com os autores convidados para a antologia “Território V“, de Kizzy Ysatis.

Se preciso, só clicar na imagem para ver a foto e o nome de todos os 10 autores.

Além desses autores convidado, haverão outros nove no livro, que passaram por uma peneira dentre uns 120 contos, acho, se não forem mais (ou bem mais), que Kizzy selecionou com muito critério ao longo de meses.

Lançamento dia 13 de agosto, o Dia do Vampiro, em São Paulo.

Você estará lá?

Sonhem conosco.

Dennis Lehane

http://www.newtonvillebooks.com/blog/wp-content/uploads/2008/10/lehane.jpg

Dennis Lehane é o melhor escritor de thrillers policiais contemporâneos.

Eu fui conhecê-lo pessoalmente na FLIP de 2006, onde ele lá compareceu para uma mesa de debates comandada por Marçal Aquino, e que contava ainda com o romancista e roteirista mexicano Guilhermo Arriagua, autor dos filmes “Amores Brutos”, “21 Gramas” e “Babel”.

O primeiro livro de Lehane que li foi “Gone, Baby, Gone”.

http://i.s8.com.br/images/books/cover/img4/281304_4.jpg

E eu não tinha como saber na época, mas já estava começando por sua obra-prima.

Já li esse livro duas vezes. E um dia sei que irei ler uma terceira.

É um fato: tudo na escrita de Lehane funciona. Os diálogos afiados, as metáforas irritantemente competentes, a ambientação de uma Boston particular que só quem viveu e cresceu no lugar poderia descrever,e, principalmente, os conflitos psicológicos que afetam seus personagens únicos.

Esse livro, ano passado, se tornou um filme nas mãos de… pasmem… Ben Afleck. E que ainda colocou seu irmão Casey Afleck no papel principal (não, não é só na televisão brasileira que existe neopotismo).

O próprio Lehane quando anunciou isso durante a Flip, disse, rapidamente e em bom humor, assim que anunciou o nome do diretor: “O filme será dirigido por Ben Afleck! Ei, calma, calma!”.

No Brasil, o filme saiu com o péssimo título: “Medo da Verdade”.

Entretanto, por incrível que pareça, o filme ficou bom!

Ben Afleck se mostrou um melhor diretor do que ator; o que também não era lá algo tão difícil de se mostrar.

Contudo, Casey Afleck – por melhor ator que seja – não tem nada a ver com o personagem Patrick de Lehane.

O próprio roteiro tem de fazer os personagens dizerem coisas como: “eu pensei que você fosse mais velho”, já que o visual “acabei de sair da adolescência” de Casey contrasta violentamente com o do experiente detetive particular.

Mas, como sempre, se você puder ter acesso ao livro, não veja o filme primeiro. Eu imploro isso a você.

Se você é fã de thillers e histórias policiais, leia esse livro.

Se você é fã de histórias, leia esse livro.

Se você não gosta de ler, leia esse livro.

Lehane tem a mania de fazer muito com pouco. Em frases curtas, utilizando metáforas explosivas, ele fala muito sobre a ambientação e o psicológico de cada personagem que aparece. A impressão que se tem é que seu texto foi lapidado para conter o mínimo possível o tempo inteiro, e dar seu máximo nessa encurtação.

O clímax a que Lehane leva os personagens principais de “Gone, Baby, Gone”envolve um dilema entre moral e ética tão poderoso, que até hoje tenho dificuldades de decidir qual personagem agiu corretamente, e qual agiu erradamente.

Porque, afinal, nenhum dos dois estaria errado. E há de se ter um controle narrativo esplêndido para se atingir um clímax em que um leitor se perturbe com tal decisão por tanto tempo.

De todas as suas obras, porém, a mais conhecida é “Sobre Meninos e Lobos” (Mystic River; 2003), devido ao explêndido filme de Clint Eastwood, realizado com um elenco dos sonhos.


A dica é a mesma: se puder, leia o livro. Mas se só puder ver o filme, a menos nesse caso ele é tão magnífico quanto.

E o próximo filme que será adaptado ao cinema de suas obras é “Shutter Island”, que fala sobre dois federais investigando um desaparecimento em um hospital psiquiátrico estranho, localizado em uma ilha; a tal Shutter Island.

O filme será dirigido pelo “desconhecido” Martin Scorsese, com Leonardo DiCaprio no papel principal.

Abaixo, segue o trailer com aquelas imagens que só Scorcese consegue em seus filmes policiais. Assistam em HD e com a tela inteira, por favor.


Fica a dica. Seja em imagens gravadas em película, seja em tinta impressa em páginas, acredite em mim, Dennis Lehane vale cada centavo…

Lanterna Verde (FanTrailer)

Rapaz, como tem gente boa por aí…

Vocês já viram o trailer fake, criado por um fã, para o que poderia ser um filme do Lanterna Verde?

O rapaz juntou pedaços de uns 30 filmes, e montou cenas do ator Nathan Fillon como Hal Hordan.

A sacada de utilizar um diálogo de “Luzes do Além” no final foi coisa de gênio…

Detalhe: o filme oficial realmente irá sair do papel, com filmagens marcadas já para o fim desse ano, e será dirigido pelo mesmo Martin Campbell que revitalizou 007 em “Cassino Royale”, mas atualmente não tem nenhum protagonista oficialmente escalado.

Enjoy.

(e por favor, em HD).

Quem sabe, sabe…

“Os temas é que escolhem o escritor. Tenho sempre a sensação de que havia certas histórias que eu tinha de escrever, que não havia jeito de evitá-las. Mas existe um elemento muito difícil de ser captado por um leitor médio: o narrador de uma história não é nunca o autor. É sempre uma invenção. “

(Mário Vargas Dosa)

É, quem sabe, sabe…

Dizer o quê? É exatamente isso…