“Território V” – Impressões Dracconianas
O lançamento do livro “Território V“, de Kizzy Ysatis, já aconteceu há certo tempo, na quinta-feira do dia 13, mas fiquei devendo sobre o evento por aqui.
Vamos lá:
Eu e Luís Eduardo Matta, contrariando o que se diz por aí sobre cariocas, não apenas fomos os únicos a chegar na hora cravada – 18:30 – como, mais do que isso, também fomos os primeiros a chegar no evento.
Recebi de cara a visita do roteirista Victor Navas, roteirista de filmes como “Os Matadores”, “Carandiru” e “Cazuza”, cujo filho alguns dias depois devorou o “Território V” (o que é uma expressão interessante em se tratando de um livro com tal temática).
A mesa que ficava no centro comportava cinco autores. Como estamos falando de um livro de vinte contos, não é preciso muito para saber que o tempo a tornaria bem (mas bem mesmo!) menor do que parecia no início.
Cláudio Brites com a eterna simpatia, bom-humor e competência explicou dois ou três detalhes a mais do que poderíamos gravar naquele momento e iniciou o evento.
Logo, Lizy Tequila; eu; Luís Matta; Cláudio Brites, Giulia Moon e Chris Sevla fomos os primeiros a começar a assinar exemplares para o público tímido da livraria no início.
(começa assim… no início o baile está sóbrio…)
Mas, sabem como é, é como um baile de formatura.
As meninas ficam em roda dando risadinhas e falando coisas ao pé do ouvido da outra; os meninos ficam próximo dos ponches e aprendem os nomes dos garçons; o cara do som fica tocando umas musiquinhas que ninguém está prestando muita atenção, ao menos enquanto analisa a forma mais chique de ficar bêbado…
Até que o ponche começa a fazer efeito… até que as risadinhas das meninas viram sorrisos sedutores… até que o garçom passa a servir as bebidas sem que as pessoas precisem mais fazer os pedidos… e… bem… o cara do som resolve animar as coisas pra valer…
E ninguém mais se lembra de onde vinha a timidez inicial.
(… aí o vinho começa a fazer efeito…)
Foi meio que assim.
Em uma hora estávamos diante de uma livraria, se não vazia, tímida, com poucos autores presentes e leitores ainda pensativos se aqueles caras sentados na mesa apenas escreviam sobre vampiros, ou se iam além disso; na outra hora tínhamos uma livraria abarrotada, com mais autores presentes do que os vinte originais do livro e um público já decidido pela primeira crença (ou ao menos sem se importar com a segunda; o que é um barato do mesmo jeito).
Resultado final: mais de 300 pessoas na livraria.
(… e, de repente, o baile tá dominado.)
E então, de repente o rei da festa se manifesta: Kizzy Ysatis, vestido com a mesma roupa que Severus Snipes usaria se fosse convidado por Jon Fraveau para participar do teste de elenco para o papel do vilão “Mandarim” em alguma sequencia de “Homem de Ferro”.
Kizzy tem um certo magnetismo pessoal; não dá para negar isso.
É o tipo de sujeito que só teve uma fôrma; só de olhar para ele você sabe que jamais irá encontrar outra pessoa igual. É extremamente inteligente, alternando momentos de rebeldia boêmica vampírica – como se James Dean interpretasse Edward Cullen em “Crepúsculo”, bebendo cerveja pelo gargalo, enquanto fumaria um cigarro atrás do outro dizendo à Bella: “isso um dia ainda vai me matar…” – com momentos sensíveis beirando o infantil, que poderiam inspirar um artista de mangá na adaptação de um shojo.
(Kizzy disse queo rapaz era sangue bom, seja lá o que isso signifique…)
E , de tudo, porém, o que mais impressiona em Ysatis é o fato dele não estar nem aí – mas nem aí MESMO – para o que quer que você pense dele.
Ele é o que é; e não sabe ser outra coisa, nem deseja aprender. O tipo de cara que se um dia tiver de mentir vai ficar vermelho (e dessa forma provar que, ou não era um vampiro de verdade, ou, se o for, que acabou de matar alguém), ou vai começar a suar, ou vai começar a rir.
Se todos nós vivêssemos na Terra-Média, ele é o tipo de cara que eu votaria em um Conselho para carregar o Um Anel até o fogo da Montanha da Perdição. Mataria orcs para defender isso, afinal, tal qual Aragorn o fizera com Frodo, teria uma legítima crença de que, se uma pessoa como Kizzy Ysatis não conseguisse fazer a jornada sem cair na tentação do poder corrompido, então não seria eu ou qualquer pessoa que eu conheça que o faria.
E o divertidíssimo Fábio Fabrício Fabretti, que em alguma encarnação deve ter sido irmão de Kizzy, talvez até siameses, se encarnasse na mesma Terra-Média seria o legítimo Sam Gamgee.
E ao menos Kizzy conseguiria cruzar Mordor de maneira muito mais descontraída.
(Já imaginou se Edward Cullen fosse descrito assim?)
Conforme o tempo foi passando, apenas mais alegrias. Apareceram alguns “Dragões de Éter” junto de exemplares de “Território V”; recebi a visita surpresa de Luciana Cerchiaro, a preparadora de textos de “Dragões de Éter – Corações de Neve“, e, logo em seguida – como se tudo fosse combinado – a visita de Fabiana Medina, a preparadora de textos de “Dragões de Éter – Caçadores de Bruxas”.
Detalhe: não, elas não se conhecem e apareceram mais no impulso do que na consciência.
Juro que, diante das duas surpresas seguidas, fiquei olhando pelas brechas das prateleiras tentando descobrir o momento em que Sérgio Mallandro pularia e gritaria: “Há!”.
Conheci Liz Vamp, a filha de José Mojica, o Zé do Caixão, e conheci Martha Argel, uma das damas do terror vampírico brasileiro. Foi uma delícia rever a eternamente carismática Giulia Moon, que sempre termina os eventos sabendo quem eu sou e comentando dos meus textos, mas nunca se lembra de mim no início do próximo evento.
E um barato o que foi abraçar Flávia Muniz, hoje já uma mestra da literatura e vestida em um preto-adeus-Trinity, que li na minha sexta-série através do livro “As Sete Faces do Terror”, onde, como trabalho escolar, eu e meu grupo nos fantasiamos dos montros do livro e tacamos terror naquela sala de aula escura, iluminada apenas pela chama trêmula de uma vela.
Pensando aqui, nessa época eu não fui o vampiro da turma. Acabei ficando com o papel do “Enforcado”. Mas já sabia que seria escritor.
(- Você conhecia Flávia Muniz pessoalmente? – me perguntam na Matrix.
- Ainda não…)
E, falando nisso, foi bonito – como sempre o é – ver os autores estreantes animados, escrevendo autógrafos treinados, que na prática nunca saem exatamente como no rascunho.
Sem contar obviamente a galerinha com mais estrada. Camilo Venucchi, Juliano Sasseron, Marcelo M., Sidemar; o talentoso Cariello, que desenhava rostos ao lado de seus autógrafos e sempre coloca seu próprio nariz em qualquer personagem que desenhe; enfim, todos eles.
Todos eles que ali estavam e, se chegaram até ali, mereceram ali estar.
Li a maiorias dos contos em minha viagem de volta ao Rio de Janeiro. Alguns melhores; alguns mais rebuscados; alguns mais diretos; alguns na veia.
Tem de tudo lá e a Terracota deve estar bastante satisfeita com a qualidade do material final.
Visitas de pessoas interessantes do meio literário que não estavam no livro, mas ajudam a simpatizar e agradar um evento literário também se deram. Bruno Cobbi, Adriano Siqueira, Eric Novello, Santiago Nazarian, Sílvio Alexandre…
Chegando próximo ao fim, Chris Sevla, escritora estreante, de estilo enxuto e frases curtas que dizem muito, olha para mim com cara de dor, torcendo o pulso em alongamentos pouco eficientes.
- Vai se acostumando… – eu comento.
A frase era sincera. Valeu para ela.
E quer saber?
Valeria para qualquer um daqueles autores à espera do nascer do sol…
Adventureland
Acabei de assistir a “Adventureland”, o novo filme de Greg Mottola, diretor de “Superbad”.
O que dizer? Disparado o filme mais sincero a que assisti esse ano.
A simplicidade e a sinceridade desse filme eu só consigo comparar a tudo o que já havia citado em outro post sobre uma obra-prima em outra mídia: a graphic novel “Retalhos“.
A história é simples; muito simples: simplesmente a história de um garoto no verão de 1987, recém-graduado, que gostaria de ir para uma excursão pela Europa. Como os pais estão sem dinheiro, ele aceita um trabalho de verão em um parque de diversões, o tal “Adventureland” e lá conhece amor, amizade, sexo, responsabilidades, maturidade e tudo o mais que é preciso ser conhecido para um adolescente realizar o rito de passagem da adolescência para a vida adulta.
Para quem viveu na década de 80, o filme é um deleite. As roupas, os cabelos, as danças e, principalmente, a música, que é uma personagem à parte. Dentre copos de sorvete típico dos anos 80 (que vinham congelados e tinham mais gosto de gelo em vez do que quer que deveriam ter…), pantufas, bichinhos de pelúcia, carros antigos, discotecas (e não “boates”; discotecas!), nós acompanhamos descobrimentos; sexualidades; humor e drama adolescente; romantismo; inocência; amizade; compreensão.
É interessante como nenhuma cena é forçada; a impressão é de que o roteiro deva ter passado por várias e várias revisões simplesmente para cortar e cortar qualquer excesso, deixando pontas soltas para os atores atuarem da maneira que se sentissem mais confortáveis.
E falando em atores todos estão ótimos, sem exceção. Até mesmo Ryan Reynolds, ator que não sou lá muito fã, e Kristen Stewart, que, apesar de atuar do mesmo jeito em todos os papéis, inclusive em “Crepúsculo”, está muito mais à vontade neste filme do que como Bella na adaptação do livro de Stephenie Meyers.
Filme simples, sincero e honesto.
Diante de tanta coisa ruim cheio de efeitos que Hollywood anda produzindo, como é bom ver um filme sem um único efeito especial, que se lembra de tocar em corações…
Lançamento “Território V”, por Kizzy Ysatis
Impressões do premiado Kizzy Ysatis, sobre o evento de lançamento de “Território V”, acontecido no dia 13 desse mês.
Tenho de parar aqui para escrever as minhas também. Mas, enquanto isso, as divertidas impressões de Kizzy já são ótimas.
Enjoy.
Foi tão rápido, falei com uma miríade de gente, lembro tudo em flashes. O Cid ficou lá atrás, a maioria na mesa, eu não conseguia passar do meio e a garçonete fugia de mim não sei porquê.
Minha irmã deu oi e tchau. Dos amigos que não estavam trabalhando ou estudando, poucos vieram, mas veio a Lua e família, a Lílian, o Nê, este tá sempre, assim como a Joceli, que sempre veio, desde o 1º. Vieram mais fãs e convidados dos autores. Na próxima, volto a fazer no sábado, mas pela 1ª vez o Isaque, aquele do bar, ele veio, e veio com a família.
Do MCT cobrei a paulaner prometida, do Cid o livro prometido, o Solone se atrasou e nem a família chamou.
A Giulia estava radiante e oriental. O Sidemar era loiro e o Marcelo M. eu beijei.
Falei 2 segundos com o Luis e não sei se consegui dizer o quanto fiquei feliz de vê-lo.
A Flávia aparecia e desaparecia, a bruxa sabia ficar invisível. Luis Roberto Guedes sondava. Camilo Vannuchi sorria. Cariello sorria e flutuava. Isaac não se cabia.
Thaissa fotografava, Zed fotografava, os twilighters fotografavam e o Adriano Siqueira fotografava o Lorde A.
Eu bebia e assinava, assinava e bebia. Lá fora, fumando, traguei uma caneta e rabisquei um livro com o fumo. “Me trás outra taça, perdi a minha”. Mentira.
A Martha transitava alegre com a família como quem leva alguém num parque conhecido, mas selvagem.
O Draccon tava encolhido e não parava de autografar, na próxima lhe dou um carimbo.
O Vianco faltou, mas me ligou depois. A Liz Vamp apareceu e papeou.
O Nazarian disse que vinha e veio mesmo, e ainda trouxe as Sibilas pra eu assinar.
Assim também fez o Novello, que cismou que o chamei de barrigudo, agora vai se vingar na resenha, socorre-me Deus.
O Sasseron era o gato da noite, o Zed o mais bem vestido segundo Eric. O caixa vendia livros. O Carlos sorria. Um Preto sorria e o outro conversa.
Da Lizy tentei roubar a caneta, da Sevla consegui, mas ela lembrou, o Cobbi eu assediei como uma safada. E o Fábio Fabrício Fabretti, arrastei pra balada!
Sedentário & Hiperativo no VMB
Eu assino embaixo…
Última chamada…
É, é amanhã…
O verdadeiro final da saga “Crepúsculo”…
Vocês sabem como termina de verdade a saga “Crepúsculo”, de Stephenie Meyer?
Agora sabem…
Dragões de Éter: “Corações de Neve” – Download (18 págs)
Mais alguma coisa sobre o romance “Dragões de Éter – Corações de Neve“.
O livro já está entregue, preparado, revisado e diagramado. Em outras palavras: ele já está pronto, só falta mandar para a gráfica.
Essas outras palavras também querem dizer o seguinte: eu, como autor, não tenho mais nada a fazer, e a editora lançará o livro em seu momento devido. Entretanto, até lá, eu posso liberar algum material.
A obra teve a coordenação editorial de Leonel Prata, irmão do autor Mário Prata e um profissional tão exemplar quanto divertido, com um bom gosto estupendo e uma inteligência feroz aliada ao bom humor (o que realmente, na maior parte das vezes, sempre caminham mesmo juntas, não?).
Todas as pessoas que participaram dessa etapa de preparação fizeram questão de me escrever para comentar sobre como o livro havia tocado em cada uma.
O próprio Leonel, por exemplo, me escreveu um e-mail bacana com o interessante subtítulo “coração de manteiga“:
Grande Draccon,
acabei de ler o seu “corações de neve”, emocionado feito manteiga derretida. Parabéns pela história e pela permantente emoção transmitida no texto. O livro vai ser um sucesso.
Abração.
Leonel Prata.
ps: o texto já está quase todo preparado, pronto para a glória. Vamos fazer um livro a altura do seu talento.
Sem contar a gentil mensagem de Luciana Cerchiaro, a melhor preparadora de textos com quem já trabalhei:
Como estudiosa de literatura, não posso deixar de comentar seu livro: Achei interessantíssimo como você conseguiu misturar elementos de antigos (que ainda resistem ao tempo) contos infantis com outros mais atuais.
Muito bem trabalhados estão os cortes de um capítulo para outro e a volta aos mesmos. Realmente fazem com que o leitor fique com desejo de saber o que acontecerá e continue a leitura.
Fiquei impressionada com os detalhes na narrativa e como soube, de forma quase didática, fazer com que se possa imaginar a cena, como que se o leitor estivesse presente ali vendo tudo acontecer. Impressionaram-me as lutas entre os campeões: cada detalhe descrito, cada golpe, cada expressão dos que estavam na arena parece saltar diante dos olhos de quem lê, trazendo fortes emoções.
Isso sem confessar que me vieram lágrimas no final.
Logo, diante de tais retornos, tenho certeza de que cada semideus ou semideusas que manteve Nova Ether viva até hoje, irá amá-la ainda mais.
Abaixo tem o link com as 18 primeiras páginas do romance, que mostram a cerimônia de posse de um novo Rei.
Aos poucos, conforme forem deixando, vou liberando mais material.
Em nome de todo ser vivo de Nova Ether, obrigado por sonharem conosco.
E mais uma vez: por favor nunca, nunca os esqueçam…
Dragões de Éter – Corações de Neve (18 páginas)
O Dragão de Éter
Kizzy Ysatis fez um belo texto chamado “O Dragão de Éter”, falando sobre minha participação no “Território V“.
De tempos em tempos ele faz alguma homenagem aos escritores convidados da antologia, e chegou a minha vez. Poderia colocar o texto aqui, mas prefiro que você vá até lá através desse link aqui.
Lembrando que o lançamento é dia 13 desse mês de agosto, em São Paulo e estarei lá ao lado de todos os convidados.
Se você gostar de literatura de vampiros, garanto que vai adorar esse livro. Tem histórias e estilos para todos os gostos, e Kizzy Ysatis foi muito criterioso na seleção de cada texto dos autores estreantes.
Acredite; o livro vai merecer cada centavo que algum mortal lhe cobrar.
E se você não gostar de literaturas de vampiros, sem problemas. Traga seu exemplar de “Dragões de Éter” e faça parte do evento cultural ainda assim, na presença de bons e simpáticos autores regados a sangue de uvas.
O livro também já está em pré-venda no site da Livraria Cultura, e você pode concorrer a um exemplar no blog da editora Terracota aqui.
Nos encontramos lá.
Obviamente a partir das 18:30, quando o sol já terminou de raiar, e a vida não pára por causa disso.