Caçadores de Bruxas ressuscitados
Talvez influenciados pela época de Páscoa, sabe-se lá de onde, o Submarino e a Fnac descobriram e ressuscitaram alguns exemplares remanescentes da edição esgotada de “Dragões de Éter – Caçadores de Bruxas”.
Como escrito ao San Diegirls, essa edição da Planeta se tornou uma edição de colecionador, já que nunca haverá outra edição dela.
O fato é que em julho, depois da Copa do Mundo, minha casa editorial, a Leya Brasil, irá republicar “Dragões de Éter – Caçadores de Bruxas” em uma versão revisada e ampliada, além de lançar “Dragões de Éter – Círculos de Chuva”.
Mais para frente comentarei sobre esse versão revisada e ampliada, e as diferenças dela para essa versão de colecionador que se tornou a edição da Planeta.
De qualquer forma, para os que desejarem adquirir esses exemplares ressuscitados, aqui estão os links do Submarino e da Fnac.
Já “Dragões de Éter – Corações de Neve” ainda mantém seu melhor preço mesmo pelo Submarino aqui.
Enjoy.
“Dragões de Éter” universitário
Sábado passado estive na universidade FACHA como convidado do escritor (e professor) Eduardo Spohr, e conversei com a turma do curso de extensão sobre literatura e a jornada do herói.
O tempo foi curto para o tanto que havia para ser passado pela turma interessada e, ao final, a maioria seguiu para o simpático Bar do Tresdê, onde discussões ricas envolveram debates calorosos que iam de cinema e nerdcast a medievalismo, espiritismo e a falta de provas da existência do Estado do Acre.
Turma muito bacana, culta e animada. E uma experiência privilegiada.
Já nessa quarta-feira estive na Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) para assistir a algumas apresentações de um seminário de literatura infantil e juvenil.
Tocando em temas como paródia, arquétipos, insólito e contos de fadas, o seminário, já apenas nas apresentações que vi, se mostrou de uma riqueza incalculável para qualquer pessoa amante de cultura.
No meu caso, cheguei até lá a convite de uma das participantes, a professora de português e formanda em letras Danielle Trevezani, que já havia feito seu TCC em cima de “Dragões de Éter” e conduziu uma apresentação ao longo do seminário com o tema: Dragões de Éter: uma releitura de contos de fadas.
O interessante foi que Danielle fez uma rápida referência à minha presença na platéia e começou sua apresentação.
Em pouco tempo, porém, isso não seria suficiente.
Ao fim da apresentação, uma das professoras doutoras responsáveis pelo evento afirmou: “gente, eu não sei se vocês entenderam, mas aquele rapaz sentado ali é o autor do livro! Ele está aqui presente! E eu acho que nós deveríamos aproveitar esse privilégio e cedermos o espaço que seria de debates ao final para ele!”.
E foi assim que, de mero espectador, eu passei a palestrante em poucos minutos.
E, bom, como de costume nesses eventos, foi ótimo.
Sabem, eu estou acostumado a ministrar workshops e conversar com alunos, fãs, editores, espectadores em geral. Entretanto, ainda assim aquele momento foi marcante porque aquelas pessoas que estavam ali não eram meus leitores (ao menos não a maior parte), não eram exatamente fãs da cultura pop nerd, não eram alunos de segundo grau empolgados ou escritores amadores buscando conhecimento.
Eram formados em letras, professores e doutores que definem calendários de matérias de faculdades.
E como escritor você tem de saber o que está dizendo ao se dirigir a uma platéia desse nível. Contudo, se souber, aí em troca você igualmente aprende muito.
Ao final, umas das doutoras me agradeceu por ajudá-la a compreender que as novas mídias de hoje não competem com a literatura, pelo contrário; se bem orientadas, elas formam leitores.
Como ela própria conclui sabiamente: “um grande leitor não necessariamente será um grande escritor, mas um grande escritor obrigatoriamente é um grande leitor”.
Doa-se de um lado. Doa-se de outro.
Sábia é toda geração que sabe trocar cultura.