Dragões de Éter no “O Crítico Geek”
Resenha do O Crítico Geek de Dragões de Éter – Caçadores de Bruxas.
Link original: https://ocriticogeek.wordpress.com/2015/02/06/resenha-cacadores-de-bruxas-de-raphael-draccon/
Enjoy.
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Resenha: Caçadores de Bruxas, de Raphael Draccon
Caçadores de Bruxas, de Raphael Draccon
“Foi a época em que caíram fadas. Em que nasceram bruxas. Em que destronaram Reis. Dragões geraram-se do éter e príncipes se tornaram sapos. Uma época em que semideuses andaram na terra dos homens e abençoaram pessoalmente os heróis de muitos contos.”
Nova Ether é um mundo vigiado pelos olhos do Criador. Um mundo protegido por fadas. Um mundo cheio de magia ao seu redor, seja ela usada para o bem ou para o mal. Um mundo divido em reinos regidos por Reis. Um mundo com as melhores tabernas. Um mundo de criaturas nunca vistas antes. Nova Ether é um mundo legitimamente fantástico.
Caçadores de Bruxas, escrito por Raphael Draccon, é o primeiro livro de uma trilogia denominada Dragões de Éter. Pelos olhos do narrador, um autêntico contador de histórias, iremos nos inteirar sobres os acontecimentos que se passam anos após a grande Caçada de Bruxas, onde o Maior Rei de Todos, Primo Branford, juntamente com a população do Reino de Arzallum irão sentir a paz, tão arduamente conquistada, ser contestada por uma nova ameaça.
A narrativa, de capítulo em capítulo, nos transfere para diversos pontos de vista. Muitos personagens são apresentados e cada um possui papel específico na trama. Apesar de inicialmente, alguns parecerem inconexos com outros, junto com o decorrer da história eles se mostram todos ligados a um ponto principal.
Optei por não detalhar nenhum deles. Por serem, cada um em sua singularidade, especiais. Quanto menos se sabe sobre eles antes de ler, o prazer de descobrir o personagem é maior, isso porque muitos estão ligados a referências que devem ser descobertas por cada leitor.
O autor irá desconstruir, ou melhor, como ele próprio explica no posfácio, complementar, em sua visão, os contos de fadas. Fato que ajuda muito na criação de um novo universo, seria algo como se ele estivesse ligando todas essas histórias em um mesmo plano. Assim, fazendo que todas tenham sentido quando juntas.
Para mim, isso é uma máxima em sua obra. Atualmente, são inúmeros os novos livros com gênero de fantasia que tentam criar seu próprio mundo. Porém, acabam, muitas vezes, se tornando algo repetitivo sem inovação, como uma cópia. O mundo de Nova Ether acaba sendo algo diferente, pois Raphael soube pegar elementos de diversas fontes como: mitologia, contos de fadas, alguns protótipos da fantasia medieval e criaturas e conceitos dele próprio para misturar tudo em um grande caldeirão, já que estamos falando de bruxas, para fazer uma releitura e criar algo diferente e deveras fascinante.
Algo muito interessante, mas que, às vezes, acabou por me irritar um pouco, foi transformar o narrador em algo mais real do que costumamos ver. Ele interage com o leitor e nos faz acreditar que está logo ali contando-nos uma história. Isso muitas vezes é ótimos, pois parece contribuir com todo o clima do livro. Porém, algumas vezes, eu o senti um pouco prolixo. Talvez por estar tão envolvido na trama, quando algo muito comovente ou excitante estava acontecendo e o clima era cortado para alguma brincadeira do narrador ou alguma observação a mais, eu ficava com um sentimento de “Vai logo, quero saber o que vai acontecer”.
E como última ressalva, achei que o inicio até que entrasse no clima de aventura que percorre até o fim do livro, foi um pouco prolongado. Porém, devo levar em conta também que se trata de uma trilogia, então analisando como um livro único o começo pode parecer um pouco lento, mas vendo como um todo se faz necessário.
Minhas perspectivas sobre o livro foram excelentes. Me diverti muito com a leitura e consegui ser transposto para dentro desse novo universo, algo que deve ser almejado por toda obra de fantasia. Os personagens são todos bem diferentes entre si, sendo impossível não se identificar ou torcer por algum. Raphael Draccon consegue manter o tom certo no momento certo. Se a obra precisar ficar densa, nervoso ela te deixara e se a obra precisar ser aliviada, risadas ela te arrancará.
Já tenho comigo as duas sequências dessa obra e vou começar a ler nos próximos dias. Estou bem curioso sobre que rumo a história vai tomar e as coisas novas que irão aparecer. Recomendado para todos.
P.S: Aguardando ansioso pela primeira aparição de um dragão, afinal o nome da trilogia não é Dragões de Éter?.
P.P.S: As últimas edições da editora Leya agora possuem capas de Marc Simonetti, o mesmo capista das Crônicas de Gelo e Fogo, esse cara é sensacional!
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