A Responsabilidade de Uma Respiração – Parte 2
E se considerarmos as milhares de outras opções que poderiam ter evitado esse acidente, ficaríamos espantados! Uma ligação de um amigo, um chefe que exigisse uma presença mais cedo, um porteiro que o segurasse um tempo maior na saída do prédio para falar do desastre do jogo de futebol transmitido na noite anterior, uma andarilha mais exuberante que chamasse sua atenção por um tempo mais longo que o usual, um convite para o café da manhã na casa de uma namorada; as opções são tantas, que se tornam praticamente infinitas. Poderiam partir de todos os lugares, e, principalmente, de todas as pessoas.
Logo, fica a questão: podemos considerar essas pessoas culpadas pelo acidente? Tecnicamente? Não. Mas de forma abstrata, [seja lá o que isso significar]: sim, elas também foram responsáveis, ainda que não saibam e jamais venham a saber disso. De qualquer forma, elas tornam-se co-responsáveis porque qualquer uma delas poderia tê-lo evitado com uma única decisão não executada.
Uma única palavra saída da boca de alguém pode condenar uma pessoa à morte ou à imortalidade. Um insulto pode marcar uma vida durante sua existência inteira. Um elogio, também.
Você toma decisões o tempo inteiro. Algumas mais importantes, outras menos. Mas quando você pensa no universo dessa forma; quando você percebe que tudo pulsa dentro de você, e que você pulsa dentro de tudo; aí, meu amigo; aí você descobre que [simplesmente?], bem, que simplesmente não existem pequenas decisões.
A Humanidade respira em cada uma das suas respirações.
Faça o que quiser com sua vida. Decida o que quiser em sua vida. Mas, por favor, jamais esqueça que cada decisão sua altera o seu tempo e o seu espaço, e dessa forma, o tempo e o espaço de diversas pessoas, que altera o de diversas pessoas.
Logo, nossas decisões nunca são apenas nossas. [e são de quem então?]
Elas são de toda uma teia etérea chamada Humanidade, que pulsa por vontade própria.
E, acredite, que respira junto com você.
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