O Dragão de Éter

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Kizzy Ysatis fez um belo texto chamado “O Dragão de Éter”, falando sobre minha participação no “Território V“.

De tempos em tempos ele faz alguma homenagem aos escritores convidados da antologia, e chegou a minha vez. Poderia colocar o texto aqui, mas prefiro que você vá até lá através desse link aqui.

Lembrando que  o lançamento é dia 13 desse mês de agosto, em São Paulo e estarei lá ao lado de todos os convidados.

Se você gostar de literatura de vampiros, garanto que vai adorar esse livro. Tem histórias e estilos para todos os gostos, e Kizzy Ysatis foi muito criterioso na seleção de cada texto dos autores estreantes.

Acredite; o livro vai merecer cada centavo que algum mortal lhe cobrar.

E se você não gostar de literaturas de vampiros, sem problemas. Traga seu exemplar de “Dragões de Éter” e faça parte do evento cultural  ainda assim, na presença de bons e simpáticos autores regados a sangue de uvas.

O livro também já está em pré-venda no site da Livraria Cultura, e você pode concorrer a um exemplar no blog da editora Terracota aqui.

Nos encontramos lá.

Obviamente a partir das 18:30, quando o sol já terminou de raiar, e a vida não pára por causa disso.

Retalhos, de Craig Thompson

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Eu li “Retalhos”.

Nossa, que obra de arte.

Para quem não sabe, “Retalhos” (”Blanket”) é uma das graphic novels mais premiadas do mundo (venceu apenas três ou quatro Harvey, dois Eisner, dois Ignatz, um prêmio da Associação Francesa de Críticos e Jornalistas de Quadrinhos e sabe-se lá mais o que…), e o tipo de obra que merece ganhar até os prêmios que ainda serão criados para uma obra-prima como esta.

Não à toa, foi listada pela Times como uma das dez melhores graphic novels de todos os tempos.

A história é autobiográfica, e conta a infância do próprio desenhista Craig Thompson, e como o crescimento em uma família religiosamente fanática marcou seu amadurecimento juvenil.

É um romance de amadurecimento; uma espécie de “Eduardo & Mônica” real, e narrado com momentos de genialidade através das sombras e idéias que o autor vai utilizando para expressar os pensamentos e sentimentos dele próprio em relação à vida que vai aprendendo a entender.

É o tipo de material que devia ser usado por professores em salas de aula para formar leitores. O tipo de história que deveria ser discutida com turmas de adolescentes, pois fala de sentimentos que todos nós temos e descobrimos dentro de nós ao longo de nosso crescimento pessoal.

Ler essa graphic novel é um tipo de experiência que fica na alma; a narrativa é tão sincera que chega a doer dentro da gente. Ela aperta o coração, e, assim como um bom filme fica na memória após o sair da sala, essa história fica na nossa mente mesmo após o fechar do livro.

E interessante o termo que acabei de utilizar: “livro”.

O fato é que “Retalhos” é uma das grandes graphic novels que lideram a idéia de que quadrinhos podem se igualar à literatura. Pegando carona nesse conceito, a Companhia das Letras não o lançou no formato clássico; mas sim no tamanho e formato de um livro que poderia estar assinado por qualquer grande romancista.

Acho interessante discussões desse tipo; Neil Gaiman enfureceu meio mundo literário ao ganhar o World Fantasy Award, um prêmio literário, de história curta com a adaptação de “Sonhos de Uma Noite de Verão” em “Sandman”. O furor foi tanto que proibiram para sempre uma HQ de ganhar um prêmio daquele tipo de novo.

Entretanto, ele lavou a alma da outra metade desse mesmo mundo.

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(Neil Gaiman ganhando o Hugo…)

Porque fato é que quadrinhos – mesmo as graphic novels – não são literatura. Do contrário, roteiros de games terão de começar a concorrer ao Oscar; o filme “Matrix” será considerado uma variação de um anime cyberpunk em live-action, e por aí vai. O que acontece nessa arte, como em todas as outras, é que há flertes.

Mas igualá-lo naquele momento à literatura foi uma forma de separar o “gibi” (que tem todo um contexto e teor tipicamente mais de juvenil a infantil) do “romance gráfico” (que tem toda uma linguagem mais adulta, e um texto de maduro a poético).

“Sandman” e “Retalhos” flertam o tempo inteiro com a literatura, mas flertam também com a música; a pintura; a poesia; o cinema.

A graphic novel mais celebrada de todos os tempos, “Watchmen”, faz coisas em sua narrativa que poderiam ser feitas naquele meio de arte; tanto que o filme, por mais esforço e paixão que um diretor jovem como Zack Snyder tenha dedicado, não chega aos pés da obra original.

Porque “Watchmen” nasceu para ser uma graphic novel, não um filme.

“Retalhos” também seria um filme de mediano para chato. Mas a história como uma narrativa em quadros é uma experiência inesquecível.

Ok, então se cinema é cinema; literatura é literatura; música é música; pintura é pintura… então quadrinhos são o quê?

Fácil: quadrinhos são quadrinhos. Ponto. E com sentido, linguagem e significado como arte próprios.

E se você ainda não consegue compreender o quanto ele se iguala em poder como arte a qualquer outra, bom, você tem uma grande chance.

Leia “Retalhos”.

Depois, a gente volta a conversar.

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Dolan’s Cadillac (e o pior ator do mundo…)

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Acabei de assistir a Dolan’s Cadillac, mais uma das dezenas de adaptações ruins de uma história de Stephen King.

Como tudo o que se espera nessas adaptações, é óbvio que o roteiro é fraco; a construção de personagens é fraca; a direção até tenta ser criativa, mas acaba presa ao lugar comum, e por aí vai. Definitivamente, até aí não há nada que não se espere de uma “adaptação B” (filmes com baixo orçamento), baseada em alguma obra do velho mestre de horror.

O que é realmente faz desse filme especial a ponto de eu vir aqui compartilhar minhas impressões, porém, é a qualidade mais-do-que-rigorosamente-seletiva na escolha de elenco.

Cada um; mas cada ator ruim MESMO do filme foi selecionado a dedo, e acredite, isso também é uma arte.

Porque selecionar alguns atores ruins em alguns papéis – ou até mesmo na maioria – de um filme profissional é fácil. Difícil é selecionar atores ruins para todos os papéis de um filme profissional!

E o rapaz da seleção de elenco no caso conseguiu!

O nível de atuação dos champs (como diria o rapaz do engraçadíssimo blog GTO) é tão seletivo, que não entrariam nem na “Malhação”.

E, no meio desse pessoal, está Christian Slater como o vilão Dolan!

Resultado: é óbvio que ele rouba o filme; é até covardia com os pobres coitados ao redor, afinal, é o único ator profissional no set e que faz idéia do que está fazendo.

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(Definitivamente, esse cara devia estar precisando muito de dinheiro…)

Para piorar a situação, o protagonista é vivido pelo ator Wes Bentley, que a torna esse post tão especial. Porque a partir de hoje, ao menos para mim, o cigano Ígor é uma verdadeira página virada!

O pior ator que eu já vi na minha vida, até este momento, sem sombra de dúvida, é Wes Bentley!

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(Cigano Igor? Que nada; você precisa se atualizar…)

A atuação de Bentley em Dolan’s Cadillac não mereceria nem mesmo uma premiação no Troféu Framboesa de Ouro (o “oscar” às avessas, que premia os piores do ano nos EUA); ele mereceria coroar o nome da estátua!

Da mesma forma como os melhores do ano recebem um “oscar”, os piores do ano, a partir desse filme, deveriam receber um “bentley”.

Logo, se puder assistam. E depois me escrevam dizendo se concordam comigo, ou se possuem um ator que em seus corações que superem Bentley…

Se não vale pelo primor cinematográfico, ao menos vale para não levar a sério o que quer que seja que Wes Bentley esteja tentando fazer ali.

Ricardo Macchi tremei…

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ps: Se você nasceu a partir da década de 90, e não tinha ainda consciência para se lembrar de novelas de 1995, eu vou perdoar se você não entender a referência.

“Comments” Liberados

A-há! Até que enfim.

Eu costumava receber e-mails de leitores reclamando que teriam me enviado aquele texto através de comments, mas que o sistema do WordPress exigia um cadastro chato – e ainda por cima em inglês – tornando a tarefa inviável.

E eles realmente estavam certos!

Pois seus problemas acabaram…

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Enfim, os comments estão liberados.

Claro que você pode continuar nos enviando e-mails através de contato@raphaeldraccon.com, mas ao menos dessa vez você tem a opção, se quiser, de deixar diretamente seu comentário em qualquer post sem precisar se cadastrar na WordPress.

Tudo no oferecimento do nosso sistema patrocinador.

Sonhem conosco.

Book Trailer – Território V

Book Trailer do livro “Território V“, editado por Israel Teles, um dos autores presentes na antologia.

A excelente trilha musical foi composta pelo rapaz também.

Enjoy.

Dias Contados

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A editora Andross, a mesma que me convidou para ser o que eles chamam de “convidado de honra” no livro de contos medievais “Anno Domini” – antologia esta já esgotada e em que meu conto em Nova Ether publicado está disponível aqui – me pediu para divulgar o evento abaixo.

Como os organizadores são os escritores Ricardo Delfin e Danny Marks, e ainda com boas-vindas da escritora Helena Gomes, isso são apenas mais motivos para que eu diga: “por que não?”.

Danny Mark é um escritor que está sempre se mexendo em eventos e antologias literárias. E Ricardo Delfin, bom, se você não tiver preconceito com literatura nacional e ainda não ouviu falar dele, com certeza um dia irá.

Delfin é um apaixonado por aperfeiçoamento. Qualquer palestra ou workshop ou evento literário que eu seja convidado, eu sei que o encontrarei por lá (inclusive na noite de autógrafos do próximo dia 13 de agosto). E quaisquer outras atividades em que eu não for, eu sei que ele igualmente vai estar.

E o rapaz escreve bem pacas. Mais uma vez: Anote esse nome por aí.

E quanto a Helena Gomes… bom… eu já falei dela o suficiente desde que esse blog surgiu (faça uma busca para comprovar).

O evento está abaixo.

Sonhem sempre.

Escritores descrevem o fim do mundo no livro Dias Contados

Lançamento em São Paulo, dia 1o de agosto,  terá mesa-redonda sobre o final dos tempos e leitura dramática de contos do livro.

Nos séculos que se passaram, eventos naturais como eclipses, erupções vulcânicas e maremotos foram encarados como sinais do fim dos tempos. Houve pânico e suicídios na passagem do ano 999 para o 1000. Mas a aurora surgiu, e então, tempos depois, uma suposta profecia, atribuída a Michel de Nostradamus, sobressaltou novamente os crédulos: De 1000 passarás, mas em 2000 não chegarás…

Entretanto o Sol nasceu no primeiro dia do ano que não chegaria.

Agora o mundo volta seus olhos para 2012, o último ano do calendário maia. Segundo alguns estudiosos, quando esse ano chegar, o planeta sofrerá transformações até então desconhecidas e uma nova era surgirá. Os alarmistas já se preparam literalmente para o fim do mundo.

Céticos e crédulos nessas transformações ganham, a partir de primeiro de agosto, mais argumentos para aguçar suas expectativas. Chega às livrarias Dias Contados – Contos sobre o fim do mundo (Andross Editora, 256 páginas, R$ 29).

A obra reúne 50 contos de novos autores, selecionados criteriosamente, e também de uma escritora de histórias fantásticas, exclusivamente convidada para encabeçar a obra e dar boas-vindas aos estreantes: Helena Gomes, autora da saga A Caverna de Cristais (Idea Editora).

A organização é dos escritores Ricardo Delfin e Danny Marks, que analisaram pouco mais de 300 contos durante oito meses para chegar aos 50 selecionados. Há escritores de vários estados brasileiros e também um da Argentina.

Mesa-redonda e leitura dramática

Para enriquecer as discussões acerca do tema, durante o lançamento, a Andross Editora promoverá uma mesa-redonda com os organizadores do livro e o jornalista e escritor Sérgio Pereira Couto, especialista em esoterismo e em História antiga e medieval. A mediação será do ativista cultural Silvio Alexandre.

Também está programada para o evento a leitura dramática de alguns contos do livro pela contadora de histórias Cristiane Gimenes, da cia. Em Cena Ser.

Serviço

DIAS CONTADOS – CONTOS SOBRE O FIM DO MUNDO

Vários autores – Organização de Ricardo Delfin e Danny Marks

DATA: 01 de agosto de 2009, das 15 às 19 horas

LOCAL: Biblioteca Viriato Correa de Literatura Fantástica – R. Sena Madureira, 298, Vl. Mariana, São Paulo, SP

PROGRAMAÇÃO: 15h00min : Mesa-redonda Os Sinais do Fim do Mundo

16h00min : Leitura dramática de contos do livro Dias Contados

17h00min : Sessão de autógrafos

Sobre a Andross Editora

Com cinco anos de mercado e 37 títulos publicados, a Andross Editora nasceu no campus da Universidade Cruzeiro do Sul, em São Paulo, para abrir espaço no mercado aos alunos que não tinham condições de publicar seus primeiros textos. Iniciou as atividades com obras acadêmicas, mas cresceu e se manteve no mercado graças a um modelo de negócio diferenciado: a publicação de antologias. Até hoje, a editora já lançou 21 livros deste tipo e está com inscrições abertas para mais alguns até o final do ano.

Noite de Autógrafo em SP

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O sistema do blog andou fora do ar, e agora retornou estiloso, mais pesado e cheio de opções.

Aproveitando este retorno, queria lembrar desde já que dia 13 de agosto estarei em São Paulo como escritor convidado de mais uma antologia, a “Território V”, de Kizzy Ysatis. 

Logo, estarei na livraria Martin Fontes, na Avenida Paulista, 509, em evento iniciado a partir das 18:30.

O livro está muito bonito, e provavelmente será um evento muito agradável, que todos que gostam de literatura deveriam prestigiar.

E, claro, mesmo que você não goste de vampiros, mas goste de “Dragões de Éter”, apareça por lá, e leve seu livro.

Assinamos exemplares, tiramos fotos, batemos papos, arrumamos uns quitutes.

Uma coisa já aprendi nessa vida: não há nada impossível de se fazer em São Paulo.

Mais próximo eu relembro a data.

Nos vemos lá.

Lipoaspiração, por Herbert Vianna

Nada a acrescentar…
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+ Território V – Autores Convidados

Bela montagem de sempre competente Octávio Cariello, com os autores da antologia de vampiros “Território V“, de Kizzy Ysatis.

Clique na imagem para ampliar e depois veja se concorda comigo.

Não ficou ótima?

Deuses também morrem…

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E ele se foi.

Em outro post, na época da morte de Heath Ledger, havia comentado sobre como existe uma certa melancolia em ver partir tão cedo jovens extraordinariamente talentosos.

Em casos como dessas estrelas jovens, existe a melancolia, mas compreende-se o fato como realidade.

Em casos como o de Michael, não.

A realidade simplesmente não parece material. Não se explica a psique de quem viu o mito que uma supernova como Michael Jackson fora, que ela simplesmente se apagou.

Afinal, uma energia não pode ser destruída; apenas transformada.

E essa estrela se transformava em tantas faces, mas tantas faces, que era difícil acreditar que se tratava de um ser humano comum.

A atual geração conheceu o Michael dos escândalos e da excessiva e perturbadora perseguição da imprensa, mas da minha geração para as anteriores, o que as pessoas se lembram era do maior artista pop que já pisou nesse planeta.

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Eu não testemunhei a revolução causada pelos Beetles, e ainda que tivesse visto, tenho certeza que colocaria Michael Jackson ainda acima do quarteto como o maior artista pop da história mundial.

Michael não revolucionou apenas o ramo musicial; ele revolucionou o conceito de indústria de entretenimento como um todo.

Seu álbum “Thriller” elevou a mídia a um novo patamar; suas coreografias inovadoras; sua forma própria de ser; seu marketing social; as criações digitais para dar vida a um universo fantástico próprio, digno de um autor de literatura.

Nunca acreditei em uma única acusação de pedofilia contra ele; e sempre estive pouco me lixando para a opinião da imprensa sensacionalista sobre sua carreira ou sua pessoa (ou como cantam os fãs: “fuck the impress, Michael you’re the best“). Existem forças judiciárias e espirituais para julgar inocentes e culpados neste planeta e além dele. E se o nome desse artista para uma pessoa remeter apenas a julgamentos próprios sobre fatos que desconhece, então é com essa pessoa que existem problemas.

O fato é que Michael Jackson simplesmente não era deste planeta; e imagino o quão difícil deva ter sido para ele ter enfrentado a missão de viver por aqui.

Músicas e videoclipes como “Thriller”, “Remember the time”, “Bad”, “Black or White” e, principalmente, “Moonwalker, me deram um fascínio pelo realismo mágico, que me levou a traçar meu caminho atual como escritor.

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Eu aprendi a dançar “Billie Jean”, e fui mais uma das milhões de crianças ao redor do mundo que arrumou um chapéu para aprender as coreografias de “Smooth Criminal”.

E se bobear, ainda lembro os passos.

Michael nesse momento deve estar se encontrando com Lenon, e os dois provavelmente irão conversar sobre como fora difícil vir a um planeta tão atrasado, e tentar elevar um pouco que fosse a energia vibratória de tal esfera.

Provavelmente eles irão lamentar determinadas atitudes da raça humana em relação a eles, e, principalmente, em relação a si própria.

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Entretanto, ainda assim eu acredito que quando olharem para baixo, e quando observarem os milhões de adultos que hoje ainda se lembram e agradecem por suas luzes em fases difíceis de serem esquecidas na mente, e mais ainda no coração, eles saberão que todo sacrifício valeu à pena.

A verdade é que hoje Nova Ether ganhou mais uma estrela.

E essa é uma estrela tão forte, que sua luz se traduz em um holofote capaz de cegar uma pessoa se ela não souber observá-la como deveria.

Brilhe em paz, Michael.

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