2009 (Press Start To Reload)

E começamos 2009!

Não sei se isso realmente procede, mas disseram que esse ano é um ano de São Jorge, o santo guerreiro de armadura, que, assim como também a milhões de brasileiros de diferentes religiões e espiritualidades, sempre me fascinou.

Um guerreiro capaz de brilhar na luz da lua, e enfrentar dragões que cospiam fogo, desviando em um corcel bem treinado e armado com uma poderosa espada vorpal (bom, na minha cabeça era assim…).

Não é para menos o fascínio que esse guerreiro desperta; São Jorge mais parece o primeiro e mais experiente paladino da história da humanidade (com certeza, um muito além do 20º nível).

A mudança de um ano para o outro, contudo, é um ato interno, por mais que a comemoremos de maneira a externar sentimentos.

Independente, um novo ano é sempre um momento de reinícios.

E isso vale tanto para cada um de nós; quanto para a série “Dragões de Éter”; quanto para este blog.

Sobre a série “Dragões de Éter”, ela estará de volta no primeiro trimestre do ano. Em 2009 a série já irá se tornar maior do que é; e nesse um ano e pouco de vida, mais ainda para um autor estreante, ela foi um fenômeno boca a boca, e ficou meses dentre os 10% mais vendidos dos mais de 400 livros da editora Planeta do Brasil.Dragão_ultimo sabado

Como dizem as palavras do próprio presidente da editora, ditas a mim durante a Bienal de São Paulo de 2008: “Às vezes eu trago autores estrangeiros pra cá – conhecidos – e eles não vendem o que você vendeu…”.

E digam o que quiserem dizer por aí; o fato é que isso é uma vitória não apenas minha, mas da literatura fantástica desse país, pois eu sei quantos querem uma chance, e a responsabilidade que é estar lá.

Logo, para continuar a saga, dessa vez, contei com propostas de 4 editoras grandes do mercado editorial nacional.

E, bom, como em todo negócio (afinal, livro é cultura, mas mercado editorial é negócio), optei pela melhor proposta feita (principalmente pelo projeto em longo prazo), e pela qual meu coração mais pediu.

E tive retornos interessantes com este blog.

Fiquei impressionado com o número de downloads do conto no cenário de rpg nacional: Tormenta, com um conto que coloquei aqui por extrema curiosidade, apenas para matar as saudades da época em que escrevia fanfictions, mas que trouxe muitos visitantes a este sítio.

Logo, este ano vou passar a atualizar este portal mais freqüentemente até do que vinha fazendo.

Os tópicos serão divididos nas seguintes categorias:

E, claro, sempre que quiserem, só entrar em contato.

Obrigado por sonharem em terras que só existem por causa de semideuses. E por sonharem sonhos tão vívidos, que reverberam do éter, e dão cria.

Bendito sejam os homens – e os santos – que acreditam em dragões.

Dragões de Éter – Download conto: “Dias Estranhos”

Como prometido, disponibilizado para download o conto “Dias Estranhos”, do universo do “Dragões de Éter”.

Trata-se de um conto bem sombrio; talvez até mais um pouco do que o anterior: “Bonecos de Pano“.

Logo, não é um conto recomendado para menores de 12 anos (acho).

Outro detalhe é que “Bonecos de Pano” é um conto que se passa depois de “Dragões de Éter: Corações de Neve“, e explica ao leitor como funciona um pacto com bruxas sombrias em Nova Ether.

Um detalhe que deixará a leitura do “Corações de Neve” ainda mais interessante.

Já “Dias Estranhos”…

Bom, só vou afirmar aqui que se você leu “Dragões de Éter: Caçadores de Bruxas”, tenho certeza de que vai gostar dele.

Divirtam-se. E sonhem conosco.

Ainda que, de vez em quando, sonhemos juntos alguns pesadelos dos mais sombrios…

Download: Raphael Draccon – Dias Estranhos (36 kb)

Natal em Nova Ether?

Natal chegando…

Você por algum acaso já leu “Bonecos de Pano”, o conto publicado na antologia Anno Domini, que explica  como funcionam pactos com bruxas escuras em Nova Ether?

Se não o fez, basta clicar com o botão direito na figura abaixo, e depois em “salvar como”.

E, claro, você já assistiu ao book trailer de “Dragões de Éter”, não?

Então na segunda-feira passe por aqui de novo.

‘Deixar um presente de Natal para os que leram “Dragões de Éter: Caçadores de Bruxas” por aqui…

Sempre em frente.

Desafiando Leitores – Round One

Lembram do desafio lançado aos leitores de Dragões de Éter?

O leitor Renan Vinícius fez uma interessante tentativa:

ei raphael o destino de Anísio na minha opinião não era bem ”as setes montanhas”,oque eu axo é o seguinte >>>> Anísio tenta chegar à Quimera ”de Coração de Nova Ether” que por ser um local onde se tem uma maior receptividade semidivina que fazia com que os seus devotos fossem para lá para entregar a sua alma de coraçao aberto se conctando ao semidivino e como foi no caso de Anísio a busca da evolução espiritual para entender o motivo de sua existência.

Hum, gostei. Boa sacada. É dito em “Corações de Neve” que Quimera fica a Oeste de Arzallum, além das Sete Montanha. Logo, faria sentido.

Entretanto, se isso fosse um pênalti, a bola ainda teria sido chutada acima do travessão, mas ao menos teria ido na direção do gol.

***

Já o Leonardo “Leon” arrisca o seguinte:

O príncipe Anísio Branford foi as Sete Montanhas por um motivo simples, ele simplesmente teve que, por algum motivo ir à algum lugar com um intuito próprio – que agora imagino ser a visita a princesa Branca, pois se não me engano é caminho para lá – e na passagem pelas Montanhas, tenha se encontrado com Bruja, ou então sentido a sua presença nefasta, e então ter tentado confronta-la. Porém foi subjulgado ao seu poder, sendo tranformado em sapo e em seguida destruida pelos Sete Mestres Anões (que por sinal gostaria de saber como deve ser o Anão que carrega o pecado da Luxúria…). O que ocorreu mais tarde sabemos…

Moleque esperto. Juntou as brechas espalhadas por “Caçadores de Bruxas”, e criou uma linha de raciocínio coerente.

Se fosse um penalti, ele teria deslocado o goleiro e chutado rente à trave.

É o mais próximo até agora. O raciocínio está no caminho certo; mas algumas questões ainda podem ser melhor desenvolvidas.

O encontro com Bruja teria sido acidental ou proposital? Como ele teria sido amaldiçoado com a sinistra e leprosa pele anfíbia?

Anísio Branford teria ido até Branca Coração-de-Neve por vontade própria, ou por algum outro motivo específico? E se o objetivo era visitar a princesa, por que ele não fizera como os Corações-de-Neve, que foram de Stallia para Arzallum de navio, transporte muito mais rápido do que cruzar cidades inteiras a cavalo?

E por que teria ido sozinho?

Afinal de contas: o que diabos estava fazendo Anísio Branford nas Sete Montanhas de Arzallum?

Além disso, em “Caçadores de Bruxas” é dito que as Sete Montanhas ficam na divisa do Arzallum e Cálice – Reino comandado pelo Rei Segundo Branford – na divisa oeste de Arzallum.

Stallia, Reino dos Corações de Neve, fica na divisa norte.

***

O desafio continua valendo. Se ninguém me escrever nada melhor, por enquanto já é do Léo meio-prêmio: a camiseta.

Alguém mais se arrisca?

Sonhem; sonhem sempre.

ps: em “Corações de Neve” você descobre o que faz Mestre Anão Luxúria; realmente é um caso único…

Dragões de Éter – Corações de Neve

Coraçoes de neve - capa

Está consumado. Estão estabelecidos os alicerces para a construção da Era Nova de Arzallum, e de todo o continente do Ocaso.

(Rei Anísio Terra Branford)

Como prometido, liberando a sinopse de “Dragões de Éter – Corações de Neve”.

Na realidade, esta não é a sinopse oficial do livro; mal faço idéia de como será essa, aliás.

O texto abaixo é apenas uma forma sucinta minha, como autor, de comentar o texto.

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Na espinha dorsal da trama, nós acompanhamos um ex-condenado Robert de Locksley (ou “Robin Hood”) de 40 anos, barbudo, e machucado por anos de maus tratos na prisão, libertado após duas décadas preso através da única forma de se anular uma sentença de prisão perpétua: um pedido do novo Rei de Arzallum, Anísio Branford.

A atitude atrai a ira de seu principal inimigo, o auto-proclamado Imperador Ferrabrás, de Minotaurus, que repudia publicamente – em plena posse oficial do novo Rei – os ideais e a influência de Arzallum sobre Nova Ether, coletando Reinos aliados, e rachando o continente em dois.

De volta à sociedade, Locksley vê com os próprios olhos o símbolo pop que se tornou para a atual juventude, representando na figura romântica do herói que roubava dos ricos para dar aos pobres, ainda que tal geração não tenha visto sua luta adolescente contra o sistema político do Condado de Sherwood.

Independente, é um fato que, mesmo após tantos anos preso, seu carisma e importância continuam fortes o suficiente para fazer com que adolescentes eufóricos e apaixonados por sua figura histórica exibam orgulhosos camisas com seu rosto, tatuem seu antigo símbolo em locais do corpo, e façam discursos políticos utilizando suas frases.

Aos poucos, contudo, o antigo herói se questiona sobre o quanto suas aventuras juvenis, por mais populares que tenham se tornado, contribuíram de fato para modificar a situação de seu povo.

Reconhece que os pobres continuam explorados, e os ricos mais fartos, e compreende que, afinal, não basta apenas transferir o poder econômico de um ponto ao outro, pois o pobre não se auto-sustenta, enquanto o rico recompõe a riqueza.

Logo, compreende o quanto é mais importante ensinar um homem a pescar, do que dar-lhe o peixe. Em outras palavras: não funciona divulgar um ideal socialista baseado no caos do sistema; a solução estaria em pegar em armas, e enfim liderar Sherwood de vez para a revolução.

Para dar continuidade à tal crença, Locksley parte em busca de seus antigos companheiros, os inesquecíveis merry men, como a indomável Lady Marion, o sorridente negro de 2,10 metros, John Pequeno, e o curioso Much, o Ferreiro que age e trabalha por crença e fé; hoje também pessoas mais velhas e com ideais diferentes, em que ele precisa reascender antigas chamas revolucionárias.

E tudo corre como o planejado até que ele se depara com John Tuck.

Outrora um frei gordo, cabeludo, beberrão e falastrão, Locksley se depara dessa vez com um frei igualmente maltratado pelos anos de prisão, mas magro, calvo, de poucas palavras e voz mansa.

Um homem hoje conhecido como santo, e que passou pelo mesmo processo de dúvida e reconstrução dos ideais que ele passara, mas que optou por seguir uma linha oposta de pensamento e se tornar um ser pacifista, acreditando que só se muda um ser humano inimigo através de um caminho de não-violência, valorização da vida e amor ao próximo.

Um homem que acredita em liderar a liberdade de Sherwood através de uma sublime resistência pacífica.

Dois líderes. Duas ideologias opostas. Um mesmo inimigo.

No meio do fogo cruzado e da inevitável guerra que se aproxima, um povo em busca de uma identidade revolucionária, tentando decidir que ideal seguir.

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Em outras palavras: nós temos Che Guevara x Gandhi.

E a literatura fantástica servindo ao subtexto de uma narrativa como profunda metáfora espiritual.

Ah, sim:

Ao redor disso…

Rei Anísio Branford coleciona aliados e inimigos na Era Nova de Nova Ether; Ariane Narin desenvolve sua iniciação, descobre um dom delicioso e tenta compreender seu novo relacionamento com João Hanson; Snail Galford e Liriel Gabbiani – o último Sombra e a última Fantasma – renascem as duas antigas sociedades secretas como uma só; os Irmãos Hanson descobrem uma ligação de sua família com antigos laços de magia negra que lhes são cobrados, e João Hanson passa por sua provação máxima de amadurecimento; Caçadores de Bruxas renascem; e a tecnologia de Labuta, a Ilha dos Céus, chega ao Grande Paço através do enigmático Sr. Rumpelstichen, para modificar todo o conhecimento avançado que o Ocidente imaginava possuir.

Sem esquecer, claro, que…

Axel Branford entra no ringue do torneio de pugilismo mais famoso do mundo, diante de todos os Reis ou representantes reais do continente inteiro, com a responsabilidade e a pressão de provar a todas as outras nações que Arzallum ainda é o povo mais forte do mundo, e aquele que irá liderar a Era Nova de Nova Ether.

Embora, ele não faça idéia se é realmente capaz do feito…

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Resumindo é basicamente isso.

E ninguém pode fazer idéia de como, ao tocante final da história, todo esse imenso quebra-cabeça vai se encaixar perfeitamente, e formar uma figura capaz de derreter os corações mais frios…

Detalhe interessante também que é um livro rico para quem leu “Caçadores de Bruxas”, mas que não depende da leitura do primeiro para ser entendido, até por iniciar a Era de um novo Rei, assim como “Dragões de Éter – Caçadores de Bruxas” se passa após o evento histórico da “Caçada de Bruxas”, e tem seu progresso e entendimento próprio.

Aos poucos comento melhor cada detalhe.

E logo libero mais um conto (”Dias Estranhos”) de Nova Ether.

Sonhem conosco.

Sempre.

“Dragões de Éter – Corações de Neve” – Desafiando leitores…

Ok, enfim está oficialmente assinado, acertado e liberado.

Dragões de Éter – Corações de Neve” chegará às livrarias de todo país em 2009, no mais tardar, até o mês de março. Houve um negociação bem mais demorada do que o previsto, afinal, dessa vez, contando com editoras pequenas, médias e grandes, havia opções em quase uma dezena.

“Dragões de Éter – Corações de Neve” é uma obra que me emociona, pois está muito ligada à minha própria trajetória de vida naquele momento. Tanto a melhor parte dela; quanto as piores partes.

A fantasia nesta obra funciona como uma metáfora espiritual, com diálogos filosóficos profundos, personagens em conflitos intensos e cenas capazes de tocar o mais duro dos corações. [ou o mais frio...].

Ou o mais frio.

Há romance, aventura, artes marciais, humor juvenil, mas acima de tudo, há poesia sussurrando através de linhas escritas sobre sentimentos, risos e lágrimas reais.

Se “Caçadores de Bruxas” se caracterizava pela atmosfera e ambientação leve; “Corações de Neve” começa a preparar terreno para um novo cenário que amadurece com seus personagens; e os evolui dos arquétipos iniciais para a profundidade que acompanha determinadas escolhas sem volta.

E relendo trechos da obra hoje em dia, percebo o quanto minha jornada está ligada a do personagem João Hanson, seu crescimento, amadurecimento e sua relação com o patriarca da família Hanson.

Além disso, todas as perguntas que recebi de leitores de todo Brasil ao longo de 2008 estão todas lá respondidas, como exemplos a seguir (spoiler: se você não leu “Caçadores de Bruxas”, e pretende fazê-lo, por favor, pare de ler aqui e volte quando tiver terminado):

“Por que João Hanson nunca deixava a irmã assistir a suas disputas de xadrez?”; “Quem eram os sinistros convidados da bruxa canibal Babau para o macabro ritual em que João Hanson deveria ser cozinhado pela própria irmã?”; “Por que Ariane era alvo de um lobo marcado?”; “Quem são, e como são, os outros Mestres Anões?; “O que é e qual o sentido do dom de Liriel Gabbiani?”;

E principalmente a campeã de todas as perguntas:

“Afinal de contas, O QUE DIABOS o príncipe Anísio Branford estava fazendo nas Sete Montanhas de Arzallum?”.

Detalhe sobre esta última: pode-se tentar do jeito que for, ao menos nesta última pergunta, é impossível ganhar do livro.

Aliás, está lançado um desafio nesse momento!

Se algum leitor adivinhar antes do lançamento do livro o enigma:

O que, ou por que, Anísio Branford foi parar nas Sete Montanhas de Nova Ether?

Eu o premiarei com o primeiro livro impresso na gráfica, autografado + uma camisa oficial do livro.

Quer tentar? (olha que esse livro premiado vai valer uma grana no futuro…). Você tem três formas:

1) através da comunidade do livro no popular Orkut;

2) através de um comment no blog (que tem de fazer um cadastro em inglês chato – e que eu ainda vou descobrir como tirar – e por isso ninguém faz);

3) ou diretamente enviando seu palpite para draccon@raphaeldraccon.com.

No próximo tópico, libero a sinopse de “Corações de Neve”.

Sonhem conosco. Sonhem vivo. Sonhem forte.

Sonhem. Sempre.

Gente talentosa; uma cidade incrível e roteiros fantásticos…

 

Domingo retrasado fora dia de ministrar o Workshop “Roteiros Fantásticos”, a convite da Mostra Curta Fantástico.

Cheguei à cidade, porém, já na sexta-feira.

Três dias em São Paulo agradabilíssimos.  Um avião da TAM que provocava enjôos com suas turbulências, um excelente livro para ler na espera do aeroporto, que me lembrou o cenário do “Dragões” (As Aventuras do Caça-Feitiços – Livro 1: O Aprendiz, de Joseph Delaney), e um hotel de excelente nível (o simpático Braston).

O mais curioso foi a surpresa de dar de cara no elevador, após o café da manhã, com o magnífico mestre-ator… Paulo José!

Paulo acabou me acompanhando em uma reunião minha com o roteirista Victor Navas, de “Carandiru”, “Cazuza” e “Os Matadores”, no próprio hotel.

Andando um pouco ao redor do hotel, o dia já demonstrou que seria diferente quando encontramos uma… pasmem… cabeça de mulher ao lado de uma padaria.

Certo, não sei se era mesmo uma cabeça humana. O fato era que se tratava de um couro cabeludo saindo debaixo de um pedaço de papelão. Tudo bem; talvez fosse uma peruca. Mas… bem, talvez não.

E nenhum de nós quis levantar o tal papelão pra saber; existem certos casos em que a imaginação é a melhor opção. [não?].

Mestre Paulo se mostrou tratar-se de um verdadeiro gentleman, nos conduziu a uma galeria de arte próxima onde além de dar uma aula sobre cultura da arte, sentou-se em um velho piano e deu um show à parte. Até emocionou uma fã que chorou ao dar de cara com ele na galeria.

Ah sim, e ainda pagou o almoço!

Minha estada ainda reservou tempo para acompanhar o trabalho de diretores promissores da nova geração de cineastas do cinema fantástico.

Conversei com Robert Morgan, diretor inglês (que só aprendeu em português a falar: “obrigado” e “bunda”) também hospedado no Braston, que exibiu seu trabalho em uma das sessões, seguido de um rico debate.

Morgan cresceu em uma pequena “cidade amaldiçoada”, como bem define, na Inglaterra, e isso inspirou seu trabalho cinematográfico, pautado em excelente direção de atores (quando são personagens humanos), e trabalhos em stop-motion (quando são fantásticos).

É o típico sujeito que tem um universo próprio dentro da cabeça, para o bem e para o mal, e que coloca tudo o que acredita na obra, pois pauta suas histórias na visão que vê da vida.

Outros nomes, porém, chamam atenção, como por exemplo: Rodrigo Aragão, sujeito que fez um longa-metragem alucinante chamado “Mangue Negro”.

O longa foi rodado ao longo de três anos, no quintal da casa de Rodrigo em Guarapari, no Espírito Santo, usando os próprios moradores como atores.

O trabalho do rapaz impressiona; vai da maquiagem assustadora até animatrônicos que fariam Sam Raimi aplaudir de pé.

Pelas dificuldades de conclusão do trabalho, podemos dizer que, com o que tinha em mãos, Rodrigo não perde em nada para o primeiro “Evil Dead”.

O longa ganhou um prêmio fora, e Rodrigo tentará lançá-lo diretamente em DVD. Ficamos na torcida; é um filme que merece estar nas locadoras.

Outro talento é Dennison Ramalho. Roteirista de “Encarnação do Demônio”, Dennison é dono de um universo próprio perturbador, baseado no horror, no incômodo, e no choque que percorre as entranhas do espectador.

Seu filme “Amor só de mãe” é forte, difícil, e exige estômago dos mais fracos. As cenas são realistas e muito bem-feitas, envolvendo magia negra, corações arrancados e possessões demoníacas.

Não à toa, percorreu os melhores festivais de curtas do mundo, fez algumas senhoras passarem mal, e recebeu inclusive cartas que protestavam contra sua exibição (que Dennison emoldurou com orgulho no escritório).

Para aqueles que quiserem se testar, o curta está disponível no Porta-Curtas da Petrobrás.

Por fim, domingo foi dia do Workshop que só não foi melhor por causa da desorganização da Casa das Rosas.

Funcionários que mal faziam idéia da programação, ou que chegaram mais atrasados do que deveriam, e dois eventos marcados no mesmo horário (e estou falando de uma peça que travou a entrada do saguão que dava acesso ao segundo andar onde eu ministrava o evento), dificultaram um pouco as coisas.

Pessoas como o editor do portal Cranik, Ademir Pascale, e sua esposa vieram de longe para o evento e, pasmem, foram mandados para o Centro Cultural São Paulo por algum funcionário incompetente, que me faz ter vontade de convidá-lo para um round de Street Fighter, sem joysticks.

De resto, tirando os imprevistos, foi bem bacana.

Acredito que a maioria acabou ajudada e com uma visão ampliada tanto da estrutura de criação de roteiros, quanto dos elementos e simbolismos que cerca um roteiro fantástico.

Conheci alguns talentos, assinei (quem diria?) um exemplar do “Anno domini”, marquei uma entrevista em poadcast, e fui presentado por Vinícius Casimiro com uma cópia do melhor curta que assisti nos últimos tempos: “Romance .38″, do próprio Vinícius em parceria com Vítor Brandt.

Dúvidas interessantes, explicação de detalhes que diferenciam King, Vianco e Matheson, e até mesmo uma rápida exibição de “Corpo Fechado” para fazer com que qualquer um dos presentes jamais veja um filme de M. Night Shyamalan da mesma maneira.

E, claro, uma camisa oficial da Mostra porque afinal, depois de 6 horas de trabalho e duas turmas, eu também merecia.

Ressalto também o magnífico trabalho envolto por esforço e competência de Edu Santana e Vivi Amaral (tudo devidamente registrado pelo competente fotógrafo Eugênio Vieira, e sua câmera que só falta falar sozinha), da Fly Cow, em promover um evento desse nível na cidade de São Paulo, que a cada ano recebe um maior número de filmes e de público.

O trabalho dessa dupla é realmente fantástico (com trocadilhos).

Gente talentosa; cidade incrível; roteiros fantásticos.

O que mais um escritor pode querer?

Como diria o slogan da propaganda do café Nespresso:

“What else?”

“Dragões de Éter” e a flecha do cupido!

Post enviado dessa vez retirado do blog Hello, Goodbye.

A Dani, de 15 anos, responsável pelo blog e que sempre começa seus textos com frases de Cazuza, me fez realmente sorrir com o texto abaixo em que o “Dragões” se torna quase “flecha” para ser usada por algum cupido em horário de serviço.

Não entendeu?

Acompanhem a primeira parte do excelente texto (que como lembra uma cena de Ariane Narin e João Hanson em “Dragões de Éter: Corações de Neve”).

E sonhem conosco.

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Livro, árvore e barra de cereal

 

Dias sim, dias não,
eu vou sobrevivendo sem um arranhão.

“Um livro de utopia, a sombra de uma árvore e uma barra de cereal sabor brigadeiro. Esse é o meu hobby, acho”, pensou Bia, enquanto respondia um questionário bobo de volta às aulas, na sexta feira antes do toque de saída.

Sábado 15:10
O cereal já estava na metade e o clímax se transformara num desfecho emocionante, enquanto os galhos balançavam no ritmo do vento. Foi quando Bia desviou o olhar das páginas de seu livro, e o viu. Estava vestido para uma caminhada, com um Ipod da apple -azul- em uma mão e apenas um fone no ouvido direito.
” Ai meu Deus, é ele! AI MEU DEUS, ele está muito lindo com essa camisa ragata branca!! O quê? Ele está olhando pra mim?! Disfarça o olhar, Bia. Disfarça… Ufa, acho que ele passou direto enquanto eu olhava desesperadamene para a grama.”
- Está lendo o quê? – O coração de Bia quase pulou pela boca quando ela ouviu aquela voz. Em consequência do susto, o livro levou um pequeno tombo e caiu na grama.
- Mais um livro é vítima dos maus tratos de Bianca – Pedro fez uma expressão pensativa – Talvez o problema seja eu. Não é irônico que sempre que eu chego perto de você, seus livros caem? Me desculpe – Sorriu mostrando todos os dentes perfeitos. O coração de Bia voltou ao lugar, mas sua cabeça girava.
- Nã..não faz mal. E, bom, ontem a culpa foi daquela – nojenta, foi o que Bia quis falar – …da Lídia. – Sorriu seco. – Dragões de Éter.
- Como?
- O livro. Estou lendo dragões de éter.
- Nunca ouvi falar. É bom?
- Pra quem gosta de coisas utópicas, é um ótimo livro.
Pedro fitou Bia por alguns segundos. Ela não desviou o olhar. Não conseguia.
- PEEEEEEDROOO! Até que enfim eu te achei garoto – Uma voz desconhecida berrou, de longe.
- Hãa – Pedro olhou confuso em direção a voz – Ju? O que você esta fazendo aqui?
- Sua mãe não te contou, priminho? Minhas aulas ainda não começaram, então mamãe resolveu me mandar para cá. Para o Brasil! Não é maravilhoso? Aliás, Paris já estava ficando monótona. Já mencionei que estou morrendo de saudades? Vem cá amorzinho! – Julia se aproximou, puxou Pedro e o abraçou. Agarrou, na verdade. Bia ficou olhando pasma.
- E quem é a sua amiguinha? Não é a sua namorada né? – Ela lançou um olhar ameaçador para Bia.
Pedro sorriu.
- Ah não. Essa é Bianca. Nós estudamos no mesmo colégio e somos vizinhos. Não é uma coincidência? – Ele sorriu de novo olhando para a menina encostada na árvore.
- Interessante. Er – Olhar ameaçador – Vamos logo para casa Pê, você vai ter que me fazer um daqueles sanduiches especiais. Estou com saudades disso também.
Sem esperar uma confirmação de Pedro, Julia o puxou com pressa, e o levou em direção a casa ao lado.

Dragões de Éter – Média de Nota dos Leitores

Na comunidade do Dragões de Éter, no já mais que popular Orkut, 100 leitores responderam à pergunta: “Qual a sua nota para o Dragões?”.

A média do pessoal abaixo.

You may say I´m a dreamer …
But I´m not the only one.
I hope someday you´ll join us.

Sempre.

Workshop de Roteiro Fantástico – Segunda Chance

Lembram do Workshop: “Roteiro Fantástico”, que vou ministrar no domingo próximo,  16/11, na Casa das Rosas, à convite da organização da Mostra Curta Fantástico?

Não lembra?

Bom, então você com certeza não faz parte da primeira turma, às 14 horas, que já lotou as inscrições…

Tudo bem, você vai ter uma segunda chance!

Seguinte: a organização da Mostra abriu uma segunda turma, que acontecerá no mesmo domingo, 16/11, mas começando às 10 da manhã.

Detalhe: essa turma nesse momento já está com metade das vagas preenchidas.

Logo, vê se dessa vez você não dorme no ponto, né?

Se tiver esquecido [tsc... tsc...] os detalhes do workshop (gratuito), e de como se inscrever no dito-cujo, para não sobrar nenhuma desculpa esfarrapada, basta clicar no link.

Nos vemos por lá.

Yes, we can.

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